Ingomar Schone
Com a chegada da primavera e o aumento das temperaturas, rios e represas voltam a atrair banhistas, pescadores e embarcações em busca de lazer. Nessas áreas, especialmente nas proximidades de barragens de usinas hidrelétricas, o alerta de autoridades e empresas do setor energético é para que visitantes respeitem as sinalizações e restrições de segurança — medida fundamental para evitar acidentes.
Um dos principais riscos está na variação repentina do nível e da força da água. De acordo com técnicos da Usina Governador Ney Braga, em Mangueirinha (Sudoeste do Paraná), o volume liberado pelas turbinas pode mudar rapidamente conforme a demanda do sistema elétrico nacional. Em poucos instantes, a vazão pode passar de zero a centenas de milhares de litros por segundo, alterando as condições tanto no reservatório quanto no trecho do rio logo abaixo da barragem.
Durante períodos de chuvas intensas, o perigo aumenta com a possibilidade de abertura das comportas para manter os reservatórios em níveis seguros, o que intensifica a correnteza e eleva o risco para quem estiver próximo. Por isso, a recomendação é manter distância das estruturas e evitar áreas demarcadas por placas, boias ou cordões de isolamento.
A pesca e a navegação nessas regiões também seguem regras específicas. A legislação proíbe essas atividades em um raio de até mil metros das barragens, e o descumprimento pode ser enquadrado como crime, com pena de até três anos de detenção e multa. Pescadores profissionais podem usar redes e espinhéis, enquanto os amadores devem respeitar o limite de cinco quilos de peixe por pessoa e utilizar apenas equipamentos simples, como varas e molinetes.
A fiscalização é feita pelo Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar, que monitora também a preservação das margens dos reservatórios. Nessas áreas, classificadas como Áreas de Preservação Permanente (APPs), é proibido cortar vegetação, usar fogo ou instalar acampamentos fixos. O acesso e a criação de trilhas dependem de autorização, e estruturas como plataformas flutuantes precisam de licenciamento ambiental e marítimo.
As restrições, segundo as autoridades, têm como objetivo proteger a fauna e a flora aquáticas, reduzir riscos para a população e garantir que atividades recreativas e produtivas ocorram com segurança.
Igor Vieira sob supervisão de Alexandra Oliveira | Catve.com com AEN
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