Pagamento por aproximação cresce no Brasil e acende alerta para fraudes

Comprar com cartões de débito e crédito já faz parte da rotina do brasileiro. Apenas no primeiro trimestre de 2025, essa forma de pagamento movimentou mais de R$ 1 trilhão, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Crédito e Serviços (Abecs). Os números confirmam o cartão como o meio preferido de pagamento no país, mas também evidenciam riscos, especialmente com o avanço do pagamento por aproximação.

A diretora-geral do Procon-PR, Claudia Silvano, explica que a tecnologia, embora prática, pode ser explorada por golpistas, principalmente em locais com grande aglomeração de pessoas.

"O perigo é o consumidor estar em um ônibus lotado, em um show, por exemplo, e alguém mal-intencionado se aproximar com uma maquininha e concluir uma transação por aproximação. Fizemos um teste: mesmo com o cartão dentro de uma carteira de couro e dentro de uma bolsa, a operação foi realizada", relata Claudia.

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Segurança (Abex), cerca de 70% das transações com cartão de crédito e débito no Brasil são feitas por aproximação. O que deveria representar agilidade e praticidade pode, em alguns casos, gerar prejuízos para o consumidor.

Para evitar fraudes, a orientação do Procon-PR é clara:

"Se você não se sente seguro, desative essa funcionalidade no aplicativo do seu banco. Continue usando o cartão da forma tradicional, inserindo-o na maquininha, digitando a senha e, de preferência, você mesmo retirando o cartão ao final. Verifique se está com o seu cartão, e nunca digite a senha em equipamentos com visor quebrado ou que impeçam a visualização do valor cobrado", recomenda a diretora.

Casos de fraude com cartão por aproximação são difíceis de resolver. Segundo Claudia, quando o cartão permanece em poder do consumidor, as instituições financeiras tendem a se eximir da responsabilidade.

"É uma situação de difícil solução. Os bancos alegam que, se o cartão está com o cliente, não houve falha de segurança. Por isso, a prevenção continua sendo o melhor negócio."

Confira detalhes no vídeo acima:

Reportagem de Ana Reimann | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA