Reprodução/Instagram @gretathunberg
A Marinha de Israel interceptou, na madrugada desta segunda-feira (9), o navio Madleen, que transportava ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
A embarcação, operada pela coalizão Freedom Flotilla, tinha entre os tripulantes a ativista ambiental sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila, o ator irlandês Liam Cunningham e a eurodeputada francesa Rima Hassan. Os passageiros foram detidos e conduzidos para território israelense.
Segundo o governo, a embarcação foi parada em águas internacionais antes de se aproximar da costa de Gaza. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirma que os tripulantes tentaram "encenar uma provocação midiática" com o objetivo de obter visibilidade. As autoridades informaram que os passageiros serão deportados para seus países de origem.
A Freedom Flotilla Coalition relatou que o navio foi cercado por drones, teve as comunicações bloqueadas e foi borrifado com uma substância branca. Em uma transmissão ao vivo feita ainda a bordo, a ativista Yasmin Acar diz que o produto afetava seus olhos. O grupo denunciou a ação como um "ataque em águas internacionais".
Israel já havia prometido impedir a chegada do Madleen a Gaza. No domingo (8), o ministro da Defesa Israel Katz declarou que havia instruído as Forças de Defesa a tomar "todas as medidas necessárias" para barrar o que chamou de "flotilha de ódio". Em uma publicação nas redes sociais, ele acusou Greta Thunberg e os demais ativistas de serem "porta-vozes da propaganda do Hamas".
A embarcação partiu do sul da Itália há cerca de uma semana com o objetivo de levar alimentos e medicamentos à população civil da Faixa de Gaza, que enfrenta um cerco imposto por Israel. O bloqueio, segundo o governo israelense, busca impedir o fornecimento de armas e apoio ao grupo terrorista Hamas.
O governo brasileiro divulgou nota na qual informa que acompanha "com atenção" a situação.
Leia a íntegra:
O governo brasileiro acompanha com atenção a interceptação, pela marinha israelense, da embarcação Madleen, que se dirigia à costa palestina para levar itens básicos de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e cuja tripulação, composta por 12 ativistas, inclui o cidadão brasileiro Thiago Ávila.
Ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o Brasil insta o governo israelense a libertar os tripulantes detidos.
Sublinha, ademais, a necessidade de que Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com suas obrigações como potência ocupante.
As Embaixadas na região estão sob alerta para, caso necessário, prestar a assistência consular cabível, em consonância com a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.
TV Cultura
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