Foto: Catve.com
Cascavel tem, majoritariamente, uma população católica, mas os dados do Censo Demográfico 2022 revelam transformações importantes no perfil religioso da cidade.
Um número que chama a atenção é o de pessoas que se declararam sem religião: 18.440 cascavelenses, o equivalente a mais de 6% da população. Esse grupo já supera, por exemplo, o número de espíritas (3.548), umbandistas e candomblecistas (992) e representa mais do que o total de fiéis ligados a outras religiosidades (7.997).
A categoria "não sabe ou sem declaração" reúne 1.853 pessoas no município.
No Paraná e na Região Sul
O cenário estadual acompanha a tendência observada em Cascavel. No Paraná, os católicos também são maioria, somando mais de 6,2 milhões de pessoas.
Em seguida vêm os evangélicos (2,6 milhões) e os que se declararam sem religião (602 mil). O Estado ainda conta com 319 mil pessoas ligadas a outras religiosidades e pouco mais de 104 mil espíritas.
Na Região Sul, o percentual de pessoas sem religião é de 7,1%, abaixo da média nacional de 9,4%. A maior proporção foi registrada no Sudeste, com 10,6% sem nenhuma crença.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o perfil dos que não seguem nenhuma religião é predominantemente masculino (56,2%) e jovem (a maior concentração está na faixa entre 20 e 24 anos).
Religiões e escolaridade
No Brasil, entre as pessoas com 25 anos ou mais, os espíritas se destacam por terem os menores percentuais de indivíduos sem instrução e com fundamental incompleto (11,3%) e os maiores com nível superior completo (48,0%) — mais que o dobro da média nacional (18,4%).
Já os católicos romanos têm 38% com baixa escolaridade e apenas 18% com superior completo. Pessoas de tradições indígenas registram os maiores índices de baixa escolaridade (53,6%), enquanto entre os evangélicos, a maioria tem nível médio e superior incompleto (35,2%).
Os espíritas também apresentam a menor taxa de analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais (1,0%), seguidos por umbandistas/candomblecistas (2,5%) e outras religiosidades (3,0%). As maiores taxas estão entre os adeptos das tradições indígenas (24,6%) e católicos (7,8%), ambas acima da média nacional (7,0%).
Segundo o IBGE, a taxa entre os católicos está ligada ao envelhecimento da população do grupo, enquanto nas tradições indígenas reflete o contexto social desse grupo populacional, que já enfrenta taxas de analfabetismo historicamente mais elevadas.
Um destaque do Censo 2022 é a inclusão detalhada das tradições indígenas, com perguntas adaptadas para captar os rituais específicos de cada povo.
Por Samuel Rocha | Catve.com
** Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a equipe Portal CATVE.com pelo WhatsApp (45) 99982-0352 ou entre em contato pelo (45) 3301-2642