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Carla Zambelli deixa o Brasil após ser condenada a 10 anos pelo STF

Deputada diz que está na Europa e que vai pedir licença do mandato


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Foto: Elaine Menke/PL

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil e que pedirá licença do mandato na Câmara dos Deputados.

A decisão ocorre poucos dias após ela ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, perda do mandato e inelegibilidade, por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo ela, está na Europa, onde possui cidadania, e pretende pedir licença do cargo que ocupa atualmente. "Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e, agora, eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo", diz em transmissão no YouTube.

A parlamentar foi condenada no dia 16 de maio, por unanimidade, pela Primeira Turma do STF. Segundo a acusação, ela foi a autora intelectual do ataque cibernético ao CNJ, executado pelo hacker Walter Delgatti Neto. A ação resultou na criação de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

De acordo com a Polícia Federal (PF), Delgatti confessou ter agido sob orientação da política, que teria fornecido um texto pronto para ser inserido no sistema e realizado pagamentos que somam ao menos R$ 13,5 mil. Além da pena de prisão, a deputada foi condenada ao pagamento de indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.

Apesar da condenação, Zambelli pôde deixar o país pois seu passaporte havia sido devolvido após decisão do STF em 2023, e não havia restrições sobre deslocamento na fase atual do processo, que ainda permite recursos. A execução da pena, no entanto, deve ocorrer após o julgamento dos últimos embargos.

Com a decisão da Suprema Corte, Zambelli deverá perder o mandato após o trânsito em julgado e ficará inelegível por oito anos a partir do cumprimento da pena, o que, na prática, pode deixá-la fora da vida pública por ao menos 18 anos. A deputada, que nega as acusações, disse em entrevistas anteriores que temia ser presa, principalmente por receio das condições no sistema prisional e da distância da família.

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