Delegado da PCPR Fabiano Oliveira fala sobre as investigações
Imagem PCPR
A Polícia Civil do Paraná prendeu duas pessoas pelo crime de homicídio culposo após a morte de um bebê, de 4 meses, nesta segunda-feira (19), no bairro Tatuquara em Curitiba.
A mulher de 43 anos pagou fiança e responderá em liberdade. Já o homem de 37 anos foi encaminhado à Cadeia Pública e passará por audiência de custódia.
Cerca de 20 crianças eram cuidadas por um casal em uma creche clandestina. Segundo informações preliminares, o bebê teria se afogado com leite, o que teria provocado o óbito.
Segundo a PCPR, o bebê estava sendo levado a creche há cerca de 1 semana. Problemas de saúde no bebê, como respiratório, tratado anteriormente será apurado.
O delegado da Polícia Civil, Fabiano Oliveira, falou com a imprensa e informou que em depoimento o casal disse que não é habito permanecer tanto menores no local.
"Em média eles têm cinco/seis que eles tomam conta, mas que ontem em razão do fechamento de algumas creches municipais pela manhã, teria havido uma sobrecarga nesta estrutura de ter mais crianças do que eles costumavam lidar no dia a dia"
A informação sobre o fechamento ou não dessas unidades serão apuradas juntamente com a Prefeitura de Curitiba no curso da investigação.
O delegado explica que os proprietários informaram que atuam há 10 anos e que não tiveram problemas de denúncias com relação a lesões. Eles também disseram que receberam as vistas do Conselho Tutelar e da Vigilância Sanitária.
"Nós vamos confirmar essas informações por meio de ofício aos órgãos, para que eles nos passem as providências tomadas e os relatórios elaborados nas visitas", afirmou.
Fabiano Oliveira informa que todo comércio ou prestador de serviço, precisa estar regularizado com os órgãos municipais. Neste caso com a Secretaria de Educação, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária.
"Isso realmente não existe. Tanto a prefeitura já confirmou que não existe essa regularidade, como os próprios proprietários também que não existe essa regularidade. Então ai se torna realmente uma creche clandestina", comenta.
Ainda conforme informado, na Polícia Civil não recebeu nenhuma denúncia sobre o funcionamento clandestino da creche e uma comunicação, por exemplo, poderia ter evitado a situação. Fabiano Ressalto que população deve evitar recorrer a esse tipo de serviço, busque informações do local e das pessoas que ficarão com as crianças.
Segundo o delegado, o casal informou que houve a orientação da Vigilância Sanitária para que eles não ficassem abertos, mas que a princípio não retornaram no espaço.
"É que eles entendem que eles não eram creche, eles eram cuidadores. E eu expliquei para eles que a partir do momento que vocês recebem crianças na sua casa, várias crianças, que tem uma estrutura que inclusive fornece alimentação para essas crianças, no nosso entendimento se trata sim de uma creche e não de um mero cuidador de criança".
O delegado informou que os envolvidos não tem formação na área de saúde, mas que pelo que foi descrito, o homem fez o procedimento correto até a chegada do Samu.
"Apesar de eles não terem essa expertise técnica, são pais de três filhos, já em idade adolescentes, tem experiência em lidar com criança e já tão há 10 anos trabalhando. DE fato não são pessoas que não sabem lidar com crianças, mas essa situação excepcional de emergência, ela exige preparo um pouco maior de emocional, psicológico e técnico, e infelizmente essa pessoa não tem".
Após todo o momento do luto, os pais serão ouvidos juntamente com os demais genitores que tinham crianças na creche naquele dia.
O crime, neste momento, será enquadrado como homicídio, quando não há intenção de matar.
"Entendemos que a situação se caracterizava mais como uma imprudência por parte deles, mesmo diante de uma situação excepcional . Bem na verdade tentando ajudar os pais, que fique bem claro isso. Tentando ajudar os pais que precisam ir para o trabalho. E ai acabaram assumindo um risco, de forma imprudente, de receber/permanecer com mais crianças do que eles dariam conta", explicou.
A equipe policial está realizando as diligências a fim de esclarecer a dinâmica dos fatos. Exames periciais também foram solicitados a fim de determinar a causa da morte.
Evelyn Antonio com PCPR | Catve.com
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