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Céu alaranjado no outono e no inverno tem explicação científica

Cenário pode ser sinal de que o ar que respiramos está cada vez mais carregado de poluição


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Foto: Daniel Castellano/SEDEST

Você já reparou que o céu costuma ficar mais laranja no fim da tarde durante o outono e o inverno? Isso tem motivo — e está ligado a fenômenos naturais e também à ação humana.

Por que o céu muda de cor?

Nos meses mais frios, o pôr do sol costuma ter tons mais fortes de laranja e vermelho. Isso acontece porque, nesses horários, a luz do sol percorre um caminho mais longo até chegar aos nossos olhos. As cores azul e violeta, que têm ondas curtas, se espalham e "somem" da nossa visão. Já os tons mais quentes, como vermelho e laranja, conseguem atravessar a atmosfera e se destacam no céu.

Segundo o meteorologista Fernando Mendes, do Simepar, a poluição e a poeira também contribuem para reforçar essas cores, principalmente nas áreas urbanas.

E por que isso é mais comum no frio?

Durante o outono e o inverno, é mais frequente a chamada inversão térmica. É quando o ar frio fica preso perto do solo e uma camada de ar quente fica por cima — o oposto do normal. Isso impede que a poluição se dissipe e faz com que ela fique concentrada perto da superfície.

Além de deixar o céu mais colorido, esse fenômeno prejudica a qualidade do ar e pode trazer riscos à saúde.

"São áreas com muitas atividades, desde obras até o tráfego intenso. Tudo isso gera partículas que ficam suspensas no ar e podem causar doenças respiratórias", explica Mendes.

Risco de incêndios também aumenta

Com o tempo seco e pouca chuva no outono e inverno, a vegetação fica mais seca e suscetível a queimadas. Além do calor e da falta de umidade, a poluição na atmosfera facilita a propagação de fumaça, que pode se espalhar por quilômetros e deixar o céu mais cinzento.

Às vezes, é até difícil saber se o que se vê no céu é nuvem ou fumaça.

Monitoramento por satélite

Para acompanhar esse tipo de situação, o Simepar desenvolveu uma plataforma chamada VFogo, que monitora focos de calor em tempo real. Ela usa imagens de satélites do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa, com atualização a cada 10 minutos.

Em 2025, até agora, já foram registrados 258 focos de calor no Paraná. Em 2024, foram mais de 2.700. Mas vale lembrar que nem todo foco de calor é incêndio.

Quando um ponto suspeito é identificado, o Simepar e a Defesa Civil acionam o Corpo de Bombeiros para verificar o local. Em 2024, os incêndios florestais representaram 10,8% dos atendimentos dos bombeiros no estado — mais que o dobro do ano anterior.

com assessoria

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