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Expansão Internacional do CV e PCC ameaça relações diplomáticas do Brasil, aponta Abin

Essas descobertas revelam a amplitude e o impacto global das facções criminosas brasileiras


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Marcola, líder do PCC e Fernandinho Beira-Mar liderança do Comando Vermelho

A influência do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV) ultrapassa as fronteiras brasileiras, conforme revela um documento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O relatório destaca que as operações dessas facções, especialmente na rota da cocaína, podem impactar significativamente as relações diplomáticas do Brasil com países vizinhos. A informação foi divulgada pelo colunista Paulo Cappelli no portal Metrópoles.

De acordo com a Abin, as informações sobre a atuação dessas facções, principalmente na Bolívia e na Colômbia, possuem o potencial de gerar tensões diplomáticas se vazadas. A cocaína proveniente desses países, conhecida por sua pureza, é transportada através de várias nações sul-americanas antes de chegar ao Brasil.

Medidas de sigilo e preocupações de segurança

Para proteger a relação diplomática e a segurança de agentes infiltrados, a Abin decidiu adotar uma política de sigilo até mesmo para relatórios desclassificados, que deveriam ser públicos devido ao tempo. A decisão, chancelada pela Secretaria-Executiva da Casa Civil, visa preservar a segurança dos servidores da Abin e de órgãos parceiros diante da ameaça representada pelas facções criminosas.

A Presidência da República justificou que a divulgação dessas informações poderia expor atividades operacionais de inteligência e comprometer ações de segurança pública, além de prejudicar a proteção de testemunhas e depoentes em processos judiciais em andamento.

Atuação das facções na américa do sul

PCC e CV atuam intensamente na Bolívia e Colômbia, principais produtores de cocaína. Na Colômbia, as facções têm laços com ex-membros das Forças Armadas Revolucionárias (Farc). Fernandinho Beira-Mar, líder do CV, foi preso na Colômbia em 2001, enquanto Marcola, chefe do PCC, foi capturado em Fortaleza em 2016.

As rotas do tráfico de cocaína entre esses países envolvem o transporte do produto através do rio Vaupés, na fronteira entre Colômbia e Brasil, até o Amazonas. A droga é então levada para Manaus e distribuída tanto no mercado interno quanto externo.

Expansão e conflitos regionais

A presença do PCC na região de Putumayo, na Colômbia, facilitou a abertura de rotas para o Oceano Pacífico e uma expansão para a Ásia, além de estreitar relações com organizações criminosas na África. Recentemente, Elvis Riola de Andrade, conhecido como "O Cantor", um dos principais matadores do PCC, foi preso na Bolívia, evidenciando a relevância do país nas operações da facção.

O CV e o PCC também disputam territórios em regiões fronteiriças e na Bolívia, onde operam em parceria com clãs locais. A competição por controle territorial resulta em conflitos sangrentos, especialmente nas áreas de tráfico e armas.

Impacto internacional e parcerias

Na Argentina, as facções brasileiras expandiram suas operações desde 2019, quando aproximadamente 200 milhões de dólares em armas foram apreendidos. Em fevereiro de 2024, Diego Hernan Dirísio, um importante fornecedor de armas, foi preso na Argentina.

Na Europa, o PCC tem forte presença em Portugal, com pelo menos 1.000 brasileiros ligados às facções, e uma colaboração identificada com a máfia italiana ‘Ndrangheta. Relatórios indicam que essas facções são responsáveis por negociar a maior parte da cocaína que chega à Europa.

Essas descobertas revelam a amplitude e o impacto global das facções criminosas brasileiras, sublinhando a necessidade de vigilância contínua e ações estratégicas para enfrentar essa ameaça internacional.


Redação Catve.com

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