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Aumentam casos de dengue em Toledo e saúde alerta para risco de epidemia

Em uma semana, os casos aumentaram em 36,84%


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Foto: Arquivo CATVE

A chegada do outono veio acompanhada de uma escalada no número de casos confirmados de dengue. Toledo acendeu o alerta, pois, em apenas uma semana, a quantidade de pessoas que testaram positivo para a doença cresceu 36,84%, saindo de 38 para 52 (50 autóctones e 2 importados).

O número tende a crescer muito rapidamente nos próximos dias, pois há ainda 77 notificações que estão sob investigação - desde o início do atual ano epidemiológico, estas somam 559 (430 foram descartadas). 

Embora vários municípios da área de abrangência da 20ª Regional de Saúde já se encontrem em situação de epidemia, ainda é impossível evitar que aconteça em Toledo. Basta adotar medidas simples, como realizar semanalmente um "pente fino" no quintal e retirar a água acumulada em vasos, pneus, garrafas, calhas, plantas, entre outros lugares. "É algo que pode ser feito em 10 minutos, ou seja, sobra ainda bastante tempo para nossos cidadãos aproveitarem o fim de semana. No caso daqueles que viram um bilhete de casa fechada na sua caixa de correspondência, outra postura importante é entrar em contato com nosso departamento para agendar a visita dos ACEs [agentes de combate a endemias]", observa a coordenadora do Setor de Controle e Combate às Endemias, Lilian König.

Risco ampliado

A fala da coordenadora se dá num contexto em que ocorre uma diminuição no nível médio de colaboração dos moradores ao trabalho dos ACEs, objeto da campanha "Visita Certa", no ar nos canais da Prefeitura de Toledo desde 13 de fevereiro. Para se ter uma ideia, o Ministério da Saúde preconiza que estes profissionais precisam vistoriar, em cada ciclo, cerca de 80% dos imóveis das áreas urbanas da sede e dos distritos; contudo, este índice costuma ficar sempre abaixo: foi 61,62% (20.568 vistorias efetivadas em 33.376 imóveis visitados) em janeiro e 58,43% em fevereiro (10.904 de 18.663). "Infelizmente, do ano passado para cá, as pessoas estão menos receptivas aos agentes e menos caprichosas na limpeza de seus quintais, tanto que a proporção de imóveis onde são encontradas larvas do Aedes aegypti também aumentou, o que é um indicativo preocupante, até mais do que o número de casos em si", analisa.

A diretora de Vigilância em Saúde, Juliana Beux Konno, aponta ainda para outro risco, que era praticamente inexistente no ano passado: a febre chikungunya. "É uma doença com o mesmo vetor que a dengue, mas com sintomas ainda mais agudos. Os casos desta enfermidade somados aos de dengue hemorrágica levaram o sistema de saúde de Foz do Iguaçu ao limite, sendo que muitos pacientes em estado mais grave estão sendo enviados para Toledo e demais cidades da região", relata.

O que está sendo feito

A exemplo do que houve no bairro Facchini na semana passada, uma força-tarefa do Setor de Controle e Combate às Endemias percorreu nesta sexta-feira (31) os imóveis da área urbana do distrito de São Luiz do Oeste, onde já há seis casos confirmados. "Também preocupa a situação epidemiológica no distrito de Dez de Maio, onde sete pessoas, todas residentes na mesma rua, testaram positivo para a doença, e no Santa Clara IV, que já tem quatro casos confirmados e casos suspeitos em praticamente todos os quarteirões", comenta Lilian.

Os moradores que não estavam em casa quando os ACEs foram visitá-la, vão encontrar em sua caixa correspondência um aviso no qual se solicita para entrar em contato com o Setor de Controle e Combate às Endemias pelo (45) 99133-6391. "Repito a mensagem da campanha Visita Certa: em casa onde nosso agente não entra, o mosquito faz a festa. Historicamente, os casos de dengue aumentam muito entre abril e maio, mas, com a ajuda de todos, é possível atravessarmos este período com o mínimo de sobressaltos. Os ACEs estão visitando as casas em horários alternativos para que o máximo possível de imóveis fiquem livres desta ameaça", comenta Juliana. "Para evitar quadros mais graves, quem estiver com sintomas de dengue, como manchas avermelhadas na pele, dor abdominal, febre, dor no corpo e cansaço, deve procurar assistência médica imediatamente. Sempre é bom lembrar que a dengue e a febre chikungunya matam e tudo que for possível para preveni-las deve ser feito", destaca.

LirAa

O Setor de Controle e Combate às Endemias do Município de Toledo realizará, entre segunda e quarta-feira da próxima semana (3 a 5/4), o segundo Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LirAa) de 2023. Neste período, serão realizadas visitas em cerca de 1.800 imóveis de todos os bairros da cidade (sorteados aleatoriamente por plataforma do Ministério da Saúde) e o resultado deste trabalho tem divulgação prevista para a tarde de quarta (5). No último LirAa, o índice de infestação predial (IIP) médio foi de 2,4%, já acima do recomendado pelos organismos nacionais e internacionais de saúde (1%). 

Assessoria

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