Os registros de casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes continua apresentando alto índice em Cascavel. O número de processos e a sensação de impunidade aumentam a angústia das famílias que denunciam os abusadores.
Uma mãe que há um ano e meio resolveu denunciar o abuso sexual sofrido pelo filho de 13 anos, do ex-genro dela, comentou que após a denúncia passou a ser procurada por muitas famílias que tiveram casos semelhantes.
De janeiro a outubro de 2022 o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) registou 92 casos, que estão em investigação. Uma média de 9,2 casos por mês. É maior do que a média registrada em 2020, quando 109 casos foram denunciados, de janeiro a dezembro.
A promotora de justiça que atua na Vara de Crimes contra Crianças, Andrea Frias, acredita que o aumento de casos está diretamente ligado com o retorno de crianças e adolescentes às escolas.
A mãe do adolescente de 13 anos, conversou com a equipe de reportagem da Catve pela primeira vez no início de abril. Ela denunciou o abusado em 26 de julho de 2021 e quase após um ano e meio do registro, é que o abusador foi intimado pela justiça e está no prazo para apresentar a defesa.
O número de processos e o acusado solto, são fatores que dificultam o andamento das investigações.
Para o Secretário de Assistência Social de Cascavel, Hudson Moreschi, existe uma rede de atendimento para dar suporte às vítimas de abuso sexual, mas não consegue interferir nos processos judiciais.
Os casos desse tipo de abuso ainda são extremamente subnotificados e acarretam consequências para o desenvolvimento social das crianças. Pelo menos, para cada denúncia, tem 20 outros casos não denunciados. As autoridades sempre alertam que os abusadores são pessoas próximas ou até mesmo familiares das vítimas.
O cenário é de alerta dentro da comunidade escolar, porque a escola é o grande espaço de revelação para as crianças buscarem ajuda.
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EPC
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