Comunidade terapêutica de Toledo sofre com a queda nas doações

Thiago Kaefer já foi campeão paranaense de skate, mas teve o futuro interrompido pelo envolvimento com drogas e o tráfico. Há cinco meses ele encontrou um novo motivo para continuar. Thiago ainda está em tratamento na Comunidade Terapêutica Beitt Abba, em Toledo. Fundada em 2011, a comunidade atende cerca de 120 dependentes químicos ao ano. A taxa de reinserção social de quem passa por aqui é de 47%. Valdinei também já teve problemas com a bebida. Ele foi acolhido em 2015 e desde então está limpo. A surpresa veio no ano seguinte quando ele foi convidado para trabalhar na comunidade. A Beitt Abba atende exclusivamente o público masculino. O tratamento é totalmente gratuito. Aqui eles recebem uma cama confortável para dormir, roupas novas e alimentação adequada. Mas a manutenção de toda esta estrutura tem um custo. Somente nesta comunidade terapêutica que atende cerca de 40 pessoas, as despesas mensais ficam em torno de R$ 25 mil. A maior parte do valor vem do Governo Federal, mas no último mês o dinheiro não foi repassado. Recurso que faz falta na contabilidade do mês, já que as contas continuam vindo. E para suprir a demanda, a casa recebe doações. Outra forma de arrecadar é por meio de uma rifa que a comunidade está realizando, com a venda de pizzas. Mas o sonho da direção da casa é ambicioso: A intenção é fazer com que o espaço seja autossustentável e para isso, eles construíram - há cerca de seis meses - uma fábrica de artefatos em cimento. O barracão foi erguido com dinheiro de doação. O espaço além de gerar renda, transformou a vida dos acolhidos que além de tudo, recebem aulas teóricas para aprender uma nova profissão. Outros já foram contratados pela fábrica e trabalham com carteira assinada. É o caso do Milton que comemora mais uma oportunidade de recomeçar.

JC1