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Expressão "masculinidade" gerou interpretação equivocada, diz PM sobre edital

Concurso tem 16 vagas e é aberto com 50% ofertadas para mulheres, conforme Lei estadual nº 14.804/2005


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O concurso público para cadetes da Polícia Militar do Paraná abre inscrições nesta segunda-feira com uma polêmica: a exigência de "masculinidade" como um dos 72 critérios da avaliação psicológica. As vagas para o concurso abriram nesta segunda-feira, e chamou a atenção com o critério de masculinidade que tem como descrição: "Capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor." Com salário que pode chega a R$ 9.500, o concurso oferece 16 vagas, com duas reservas para afrodescendentes e abertas para todos os gêneros. No entanto, até 50% delas podem ser preenchidas por mulheres. Em nota, a PMPR afirmou que o uso da expressão "masculinidade" gerou uma "interpretação equivocada por alguns setores da sociedade, os quais entenderam que haveria uma inserção discriminatória no edital do certame em questão". "A PM afirma que não é esta a interpretação que deve ser dada à característica descrita nos manuais de psicologia e transcrita no referido edital, e afirma que o objetivo é avaliar a estabilidade emocional e a capacidade de enfrentamento, aspectos estes extremamente necessários para o dia a dia da atividade policial militar", ressaltou a corporação. O concurso tem 16 vagas e é aberto com 50% ofertadas para mulheres, conforme Lei Estadual 14.804/2005. Diante da polêmica, a Polícia Militar emitiu uma nota, onde procurou esclarecer a situação que é destacada pela corporação como "discriminatória". A governadora Cida Borghetti determinou nesta segunda-feira (13) a correção dos termos do edital aberto pela Polícia Militar do Paraná para o concurso do curso de oficiais da corporação. A governadora ressaltou que não admite qualquer postura discriminatória nos atos das instituições de Estado, e destacou o fato de ter escolhido uma mulher, a Coronel Audilene, para o comando geral da Polícia Militar. Confira a nota da PM na íntegra: 1 - A Polícia Militar do Paraná não compactua e não tolera comportamentos e posicionamentos discriminatórios de qualquer natureza e, envida esforços, juntamente com toda a sociedade civil, para combater qualquer atentado aos direitos civis dos cidadãos. A PM esclarece ainda que respeita os Direitos Humanos e a Constituição Federal, sempre prezando por uma sociedade igualitária; 2 - Diante de impositivo legal todos os testes psicológicos, que são aplicados nos concursos para ingresso na PMPR (para oficiais ou praças), buscam o levantamento e síntese de informações, com base em procedimentos científicos e, necessariamente, são instrumentos aprovados pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia); 3 - Um dos testes aprovados pelo CFP, usado no processo seletivo para o ingresso na PMPR, utiliza-se da expressão "masculinidade" (o que gerou interpretação equivocada por alguns setores da sociedade, os quais entenderam que haveria uma inserção discriminatória no edital do certame em questão); 4 - A PM afirma que não é esta a interpretação que deve ser dada à característica descrita nos manuais de psicologia e transcrita no referido edital, e afirma que o objetivo é avaliar a estabilidade emocional e a capacidade de enfrentamento, aspectos estes extremamente necessários para o dia a dia da atividade policial militar; 5 - A característica (masculinidade) tem essa denominação por opção do autor do instrumento psicológico, e sua descrição, constante no referido edital, também foi extraída do instrumento de avaliação psicológica em questão. Essa característica, como dito, faz parte do instrumento, juntamente com outras sete características também presentes no edital supracitado; 6 - A PM esclarece ainda que a característica, isoladamente, não avalia componentes de gênero (masculino e feminino), nem esse é o objetivo da avaliação; 7 - A PM lembra também que o mesmo teste, empregado desde 2013, é comum em outras instituições de segurança pública, e até mesmo em empresas privadas, que se utilizam de processo de avaliação psicológica para a seleção de candidatos em seus certames sempre que desejam avaliar a capacidade de eles não se impressionarem com cenas violentas, vulgares e hostis; 8 - A Corporação lembra ainda que para esta característica exige-se, como resultado mínimo, o descrito nos manuais de psicologia como regular, portanto dentro da média da população brasileira, independente de gênero.

Redação Catve.com

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