Cotidiano

Brasil Sem Frestas: Caixas de leite viram revestimento para bloquear o frio

Usando caixinhas de leite e muita boa vontade, voluntários do Brasil sem Frestas forram casas de madeira


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É na casa da Tânia Mara Ribas, que é coordenadora do projeto, que tudo começa. Os voluntários do projeto Brasil Sem Frestas montaram a base aqui. Cada um traz as caixas de leite coletadas e deixam em sacos. Depois elas são selecionadas e cortadas. Na máquina de costura as caixas se transformam em placas. No dia combinado, com tudo pronto, é hora de levar ajuda a quem precisa. Nas segundas-feiras, eles juntam todas as coletas e costuram as caixas de leite limpas. Em seguida, nas terça-feiras e/ou nas quintas-feiras eles juntam os voluntários e vão para as comunidades selecionadas para ajudar nas casas. Para manter o projeto os voluntários organizam bazares, e arrecadam recursos com as vendas. Foi assim que compraram a VW Kombi que transporta o pessoal até as casas. Os voluntários do Brasil Sem Frestas trabalham em lugares assim. Por ali entra frio, vento e até água da chuva. As caixas de leite funcionam como isolantes térmicos, e deixam as famílias muito mais protegidas dentro de casa. "Elas diminuem em oito graus a temperatura, ou pra mais ou pra menos", afirma Tânia, explicando que as caixas funcionam como um ar condicionado natural. Ela ainda informa que recolhem cerca de uma tonelada de caixas de leite por mês do lixo: "trazendo conforto e ajudando a natureza". As placas são grampeadas na madeira até cobrir totalmente as paredes. Mesmo as casas com sarrafos tem frestas porque são construídas de forma precária. As caixas são costuradas e grampeadas em formato de telhas, para que a água da chuva, por exemplo, escorra pelo papelão e não entre pelas junções. Na rede social do Brasil Sem Frestas Curitiba, o grupo anuncia os bazares e orienta as doações. Grampeadores são bem vindos, já que custam caro e são ferramentas muito usadas no trabalho, além, é claro, de caixas de leite. Para realizar a doação das caixas de leite é necessário que o consumidor pegue a caixa vazia e corte a parte superior junto a costura. Em seguida a embalagem deve ser lavada, e pode ser entregue aberta, ou fechada. Em dois anos, mais de 70 lares ganharam isolamento térmico em Curitiba e região metropolitana. O projeto também existe em outras cidades do país e se espalha cada vez mais. Um trabalho simples, feito com esforço e carinho, que muda pra melhor a vida de muita gente.

Redação Catve

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