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Durante seu último mandato, o ex-presidente dos EUA Donald Trump expressou frustração por não ter conseguido acessar as vastas reservas de petróleo da Venezuela. Agora, em sua nova administração, o tema retornou à agenda.
Sob a justificativa de combater o tráfico de drogas, os Estados Unidos iniciaram em agosto uma ampla operação militar na América Latina e Caribe, denominada "Lança do Sul". A mobilização incluiu o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford, caças F-35, um submarino nuclear e fuzileiros navais para a região.
Até o momento, forças norte-americanas reportaram ter atacado 27 embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico nas águas do Caribe e Pacífico, resultando em 99 mortes. O Pentágono não divulgou provas publicamente que sustentem as acusações contra os alvos.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, é o foco central da ofensiva. Classificado como chefe do cartel "Los Soles" — recentemente designado como organização terrorista pelos EUA —, Maduro enfrenta sanções que, segundo analistas, criam o pretexto legal para operações militares estrangeiras em solo venezuelano.
Em 2023, Trump afirmou em um evento: "Quando eu saí, a Venezuela estava prestes a colapsar. Nós teríamos tomado o país e pegado todo aquele petróleo". Recentemente, após a apreensão de um navio petroleiro venezuelano, ele acusou Maduro de "roubar" combustível dos EUA e usar os recursos para financiar atividades ilícitas.
Especialistas apontam que as acusações carecem de base factual sólida. "A narrativa se sustenta sobre sanções unilaterais impostas pelos EUA, que atingem o setor petrolífero venezuelano desde o primeiro governo Trump", explica Carolina Pedroso, professora de Relações Internacionais da Unifesp. Segundo ela, a retórica serve mais para pressão política interna e contra Maduro, evitando uma intervenção militar direta de alto custo.
O jornal Politico revelou que a administração Trump sondou empresas petrolíferas norte-americanas sobre um eventual retorno à Venezuela caso Maduro deixe o poder. O setor, no entanto, teria demonstrado reticência devido aos riscos econômicos e políticos envolvidos.
Antonio Mendonça/ Catve.com/ Metrópoles
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