Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", é esperado para depor perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) nesta quinta-feira (25). Considerado pela Polícia Federal como o principal operador de um esquema de desvios bilionários de aposentadorias, Antunes terá a oportunidade de se defender publicamente das acusações.
A confirmação da presença foi dada pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG). Inicialmente, o depoimento estava marcado para terça-feira (23), mas foi remarcado para permitir que todos os parlamentares tivessem tempo para questionar o investigado.
A idade de Antunes à CPMI ocorre após a convocação de sua esposa, filho, sócios e um advogado, que também são investigados. Na semana passada, após anunciar que quebraria o silêncio, o empresário recuou e decidiu não comparecer a uma sessão anterior. Desta vez, a expectativa é que o depoimento ocorra de fato.
Fuga anterior e ironias
O presidente da CPMI fez ironias sobre a hesitação do investigado. "Certeza na vida a gente só tem com a morte. Essa não se escapa. Mas houve uma boa conversa com o advogado, que se comprometeu", declarou Viana durante a sessão de segunda-feira (22).
Antunes está preso preventivamente na superintendência da PF em Brasília. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça havia decidido que a participação dele na comissão seria opcional.
Esquema bilionário e prisões
O empresário é apontado pela PF como o articulador de uma fraude que usava entidades de aposentados para descontar valores dos benefícios pagos pelo INSS sem autorização. Investigações revelaram que ele movimentou milhões em poucos meses e teria repassado R$ 9,3 milhões para pessoas ligadas a servidores do órgão.
Na semana passada, a CPMI determinou a prisão em flagrante de um dos sócios de Antunes, Rubens Oliveira Costa, por crime de falso testemunho após ele se contradizer repetidamente durante seu depoimento. Outro investigado, Milton Salvador de Almeida Júnior, negou ser sócio oculto do "Careca", alegando ser apenas um prestador de serviços.
A CPMI continua apurando o alcance total do esquema e a participação de outros envolvidos.
Antonio Mendonça/ Catve.com
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