Na tarde desta quarta-feira (20), Cletírio Feisler foi ouvido na CPI que investiga casos de abuso envolvendo um agente de apoio em um Cmei de Cascavel. Ele era responsável pela Corregedoria na época da denúncia feita contra um servidor, condenado no ano passado a 30 anos de prisão por abusar de um menino de 3 anos na unidade do bairro Interlagos.
Logo no início do depoimento, o servidor, que hoje ocupa a Controladoria do município, lembrou que, naquele período das denúncias, o setor era defasado em estrutura e pessoal.
No depoimento da manhã, a secretária de Educação, Márcia Baldini, afirmou que formalizou cobranças sobre o caso à Corregedoria. No entanto, no período da tarde, Cletírio declarou que não recebeu nenhuma solicitação.
Diante do impasse, os vereadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito pediram uma acareação, ou seja, o confronto das versões. Márcia insistiu que havia feito a cobrança.
"Na realidade, especificamente, como você falou desse processo, eu não tenho nada. Ela pode ter falado, sim, que tinha processo lá e que tinha que andar, isso sim, mas não relativa a esse processo", explicou Cletírio.
O embate também se estendeu entre o vereador Dr. Laurí e a secretária de Educação, sobre um possível falso testemunho, que segundo ele será apurado em reunião da comissão.
Com a acareação encerrada, Márcia se retirou e tentou, informalmente, puxar conversa com Laurí, mas o vereador não quis diálogo.
Cletírio voltou a ser ouvido e confirmou que havia uma política de afastar o servidor denunciado por 45 dias, prorrogáveis por mais 45, mas sempre mediante pedido do gestor de cada secretaria.
Ele disse que não tratava diretamente com o prefeito anterior sobre os processos, mas encaminhava os casos à chefia de gabinete, que era responsável por solicitar a prorrogação das investigações ao chefe do Executivo.
A corregedora municipal, Clarimaria Soares, responsável por processos administrativos na época, disse que o caso chegou ao setor no dia 31 de julho de 2020.
A demora teria ocorrido porque uma servidora da época, Kátia Simone Vermut, mesmo diante da gravidade da denúncia, engavetou todo o processo.
"Eu posso dizer assim que ela não tinha conhecimento jurídico para tocar um PAD, e um PAD é bem complexo para ser tocado por um agente administrativo que não tenha conhecimento jurídico", explicou Clarimaria Soares.
O crime ocorreu em 2019, a denúncia chegou ao município em 2020, mas o caso só teve conclusão em outubro do ano passado, com a exoneração de um agente de apoio.
Elane Folador e Karen Glayce foram encarregadas, no ano passado, de dar sequência ao processo. Com elas, o que ficou parado por três anos e meio foi resolvido em apenas quatro meses.
Na próxima semana, quatro pessoas serão convocadas: Tiago Stefanello, atual prefeito de Corbélia e que, na gestão anterior de Cascavel, foi secretário de Saúde e da Casa Civil, cargo que também foi ocupado por Tales Ried, que retornou à função no governo Renato Silva; Laura Leite, atual presidente da Transitar e que no governo passado integrou a Procuradoria Jurídica; e Vanilce da Silva Pohl, ex-secretária de Planejamento da gestão anterior, que se aposentou no início deste ano.
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Reportagem por Leandro Souza | CATVE
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