O pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi finalmente protocolado na manhã desta sexta-feira (13), na Câmara de Vereadores de Cascavel. O objetivo é investigar a demora nas sindicâncias que apuram denúncias de abuso sexual contra crianças em unidades educacionais do município.
Os vereadores que assinaram o pedido acompanharam o ato de protocolo. Durante a coletiva de imprensa, alguns deles comentaram o assunto.
O vereador Everton Guimarães destacou a necessidade de apurar onde ocorreram as falhas, os motivos das prorrogações de prazo, a existência de possíveis outros casos ou denúncias abafadas e, principalmente, se outras crianças também sofreram traumas.
A vereadora Bia Alcântara afirmou:
"Essa CPI vai ser fundamental para que a gente consiga investigar qual foi o papel da Prefeitura e da Secretaria de Educação no andamento correto desse processo. Queremos entender o que aconteceu e melhorar os procedimentos para que casos assim não se repitam e, se acontecerem, sejam devidamente investigados."
O vereador Policial Madril reforçou que a intenção da comissão é garantir a transparência:
"O que a gente está fazendo aqui é trazer transparência. Acredito que não há motivação política, porque temos vereadores de vários partidos envolvidos: PT, PL, PP... O que queremos é transparência."
Acompanhado da filha de dois anos, o vereador Rondinelli também comentou:
"Em nenhum momento fui pressionado a não assinar o documento. O que existe é diálogo — com o partido, com a Prefeitura e com a Secretaria de Educação. Vamos conduzir isso com responsabilidade. Quando eu falo 'nós', me refiro aos vereadores que serão escolhidos para a CPI e que vão tratar o caso com o cuidado que merece."
O diretor legislativo da Câmara, Rafael Ximim, explicou os próximos passos:
"Agora o requerimento será analisado pela presidência para verificar se atende aos requisitos regimentais. Se aprovado, a CPI será instituída respeitando a proporcionalidade partidária. Serão cinco membros designados. A comissão terá o prazo solicitado, com possibilidade de prorrogação por mais 30 dias, conforme o regimento interno. Após a escolha dos membros, eles terão um dia para eleger o presidente, o secretário e o relator."
Rafael também destacou que a CPI poderá convocar quem for necessário para prestar esclarecimentos:
"A comissão poderá chamar servidores, requisitar documentos e exercer todo o direito investigativo condizente com o caso."
No início desta semana, uma carta aberta à população pediu a apuração dos casos, inclusive citando denúncias que teriam ocorrido desde 2016. Durante o protocolo do pedido de CPI, pais de alunos também estiveram presentes na Câmara.
Ricardo Pereira, corretor de imóveis e pai de aluno, desabafou:
"A gente se coloca no lugar de pais e mães e escuta relatos de crianças que estudaram no CMEI Canadá... São relatos muito fortes. Não tem como a gente se abster diante de uma situação como essa."
Confira detalhes no vídeo acima:
Reportagem de Leandro Souza | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA
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