Basta uma brecha para oportunizar discursos vazios - por Luiz Nardelli

A Câmara de Vereadores de Cascavel mais parece um local de encontros para gravação de discursos vazios — feitos apenas para gerar "falas" e disseminá-las nas redes sociais — do que um espaço destinado a debater assuntos relevantes para o desenvolvimento do município, como a criação de leis e a fiscalização do Poder Executivo. O verdadeiro papel de um legítimo representante da população está ficando em segundo plano.

SACO CHEIO

As sessões da Câmara têm se transformado em um verdadeiro "tablado de egos". A maioria dos presentes já está de "saco cheio" com as asneiras ditas por alguns vereadores. Em praticamente toda sessão, qualquer projeto em discussão vira um "ringue" — com os de sempre monopolizando a palavra, gritando e encenando apenas para obter imagens que serão publicadas nas redes sociais, como se fossem grandes defensores das necessidades da população.

EM TEMPO

Fica uma dica aos nobres edis que tentam demonstrar, falsamente, que estão defendendo a comunidade: basta participar de algumas sessões para ver as lambanças proferidas nos discursos. Tem vereador que, além de usar seu tempo para defender o projeto em pauta, ainda pede "a parte" do tempo do colega — durante o mesmo projeto — só para reforçar argumentos e "aparecer" como se fosse "o cara da Câmara". O sabedor de tudo!

MAIO LARANJA

Nesta segunda-feira (19), não faltaram críticas nos bastidores à "Caminhada Contra a Pedofilia", realizada no sábado anterior. O encontro, em frente à Catedral, serviu para alertar a sociedade sobre o agravamento da situação em Cascavel. No entanto, dos 21 vereadores com assento na Câmara, menos de cinco compareceram ao evento.

CADÊ A CEI?

Vale lembrar: em abril, o caso do servidor público denunciado por assédio sexual em CMEIs foi levantado no programa EPC, da Catve, gerando explicações da Secretaria de Educação do município. O servidor permaneceu mais de quatro anos no cargo, sem afastamento definitivo. O tema foi amplamente debatido na Câmara, com promessas de criação de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para apurar as responsabilidades sobre a permanência do envolvido. Mas tudo não passou de discurso. O assunto morreu sem qualquer esclarecimento concreto.