O debate na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Assembleia Legislativa do Paraná acabou em bate-boca nesta segunda-feira (24). Além das agressões verbais, uma mulher foi levada à delegacia por suspeita de racismo.
O projeto de lei 788/2024, propõe a atualização da estrutura da Polícia Militar do Paraná criando um cargo efetivo e uma Função Privativa-Policial para dividir a atual Diretoria de Apoio Logístico e Finanças em duas diretorias: a de Logística e a de Finanças. A matéria recebeu pedido de vista do deputado Renato Freitas na reunião da semana passada e no encontro desta segunda-feira teve os votos contrários do deputado Renato Freitas e da deputada Ana Júlia.
E durante a leitura, Renato se envolveu em uma discussão e passou a proferir xingamentos contra o deputado Marcio Pacheco (PP). (vídeo)
O petista questionou o assessor de Pacheco. "Você não tem educação? Você quer ter evidência aqui na sala da CCJ? Estou falando exatamente com você, rapaz! Porque, se você começar a fazer mímicas, dar gargalhadas e interferir na minha atuação parlamentar, eu vou pedir para que o senhor se retire", disse Freitas antes de ser interrompido pelo colega.
Marcio Pacheco rebateu: "Deputado, é da minha assessoria parlamentar… O senhor não manda aqui na CCJ". Renato Freitas respondeu: "Eu faço o que eu quiser. Quem é você, coronelzinho de meia pataca".
No lado de fora a confusão continuou, o deputado Tito Barichello (União) deu voz de prisão a uma mulher que, segundo ele, teria ofendido assessor com insultos raciais. Tito disse que ela se reportou aos assessores falando que eles "riam igual macacos". Ela não era servidora, apenas acompanha a sessão e teria tomado as dores de Renato Freitas.
A Assembleia Legislativa do Paraná informou, em nota encaminhada à imprensa, que durante a realização da reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no início da tarde desta segunda-feira (24), o Gabinete Militar da Casa foi acionado sobre uma situação na qual um homem alegou ter sofrido injúria racial por parte de uma mulher. "Para evitar transtornos com público presente no Auditório Legislativa, onde ocorria o encontro, os integrantes do Gabinete Militar da Assembleia aguardavam o fim da reunião para dar encaminhamento à situação. Ocorre que, ao final da sessão, o deputado estadual Tito Barichello (União) deu voz de prisão à pessoa acusada de proferir a ofensa. Com isso, Gabinete Militar Casa esclarece que somente fez o encaminhamento dos envolvidos à autoridade policial", afirma a nota.
A nota diz ainda que quanto à discussão entre deputados durante a sessão da CCJ, se algum parlamentar entender que as manifestações ultrapassaram o limite do decoro parlamentar, tem a possibilidade de entrar com uma representação junto ao Conselho de Ética. "A Assembleia reafirma seu compromisso com a liberdade de expressão e o amplo debate de ideais e reforça que conta com mecanismos regimentais para coibir excessos e responsabilizar eventuais quebras de decoro", encerra.
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