A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos traz preocupações para a economia mundial, especialmente em relação à política comercial que será adotada. Apesar de o agora presidente da maior potência econômica mundial ter sido extremamente vocal na corrida eleitoral a respeito de seu plano de governo altamente inflacionário, o mercado mensura até onde Donald Trump pode efetivamente ir.
Eleito com base no seu discurso nacionalista de política protecionista e anti-imigração, o republicano deve se encontrar em uma verdadeira "sinuca de bico" na questão que envolve a implementação de tarifas de importação indiscriminadas. O anúncio do "tarifaço" era esperado já na posse de Donald Trump, que não ocorreu. Talvez porque essa medida não seja tão simples de ser implementada, pois a indústria americana depende de muitos produtos importados, e isso significaria um produto mais caro para os americanos.
É importante lembrar que os EUA acabaram de enfrentar a maior inflação dos últimos 40 anos e, de acordo com pesquisas realizadas com os americanos, esse foi o motivador para a troca de comando da maior economia do globo. Esse cenário exigiria do banco central americano juros mais altos, o que fortalece o dólar e obrigar o Brasil a oferecer taxas de juros ainda mais altas para atrair investimentos e frear a desvalorização do real. A consequência seria uma desaceleração econômica maior no nosso país.
Com relação a competição internacional, caso haja uma tarifa indiscriminada para todos os países, os efeitos para o Brasil podem ser limitados, já que a concorrência permaneceria equilibrada. No entanto, setores como petróleo e siderurgia estão em alerta. O Brasil exporta significativamente estes produtos para os EUA, e eventuais restrições ou aumento na produção americana podem impactar negativamente as vendas brasileiras.
Enquanto Donald Trump apenas discursa, o mercado financeiro aposta em um cenário intermediário, com medidas menos drásticas do que as anunciadas durante a campanha eleitoral. O que temos de mais significativo até agora é o anúncio de tarifas de 25% sobre o preço dos produtos importados do México e do Canadá como uma espécie de aviso: alinhem-se à política americana e não discutam a soberania do dólar.
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