Argentina supera recessão com alta de 3,9% no PIB, mas desafios sociais persistem

A economia da Argentina dá sinais de recuperação após um período prolongado de recessão. Dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), divulgados nesta segunda-feira (16), mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 3,9% no terceiro trimestre de 2024, em comparação com os três meses anteriores. Este é o primeiro avanço registrado desde o início da recessão, no final de 2023.

O crescimento foi impulsionado pelos setores de agricultura e mineração, enquanto o consumo doméstico também teve alta significativa. Em contrapartida, a indústria e o setor de construção enfrentaram quedas expressivas.

O resultado positivo é visto como um triunfo para o governo de Javier Milei, que completa um ano no comando da Casa Rosada. O presidente ultraliberal tem adotado medidas de "terapia de choque" para reverter a crise, incluindo cortes nos gastos públicos e ações para conter a inflação. Apesar das críticas, essas políticas estão sendo apontadas como um dos fatores para a retomada do crescimento.

O mercado financeiro também reagiu de forma otimista. O índice Merval, que mede o desempenho das principais empresas na bolsa argentina, registrou alta de mais de 7% no início da semana e acumula uma valorização de 174% em 2024.

Ainda assim, a situação social do país permanece delicada. O desemprego chegou a 7% nos dois primeiros trimestres do ano, e mais de 15 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza, segundo dados do Indec.

Apesar dos desafios, o Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou o desempenho recente da economia argentina, destacando que os resultados superaram as expectativas. A entidade prevê uma retração de 3,5% no PIB em 2024, mas estima que o país volte a crescer 5% em 2025.

Redação Catve.com