O Paraná enfrenta um aumento expressivo nos casos de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG). Dados do Laboratório Central do Estado (Lacen) mostram que, entre janeiro e maio, o número de amostras positivas para influenza saltou de 0,5 para 30,5. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, de 1º de janeiro a 1º de junho deste ano, o Paraná registrou mais de 10 mil casos e quase 470 mortes entre pacientes hospitalizados com SRAG.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 13% nos casos — de pouco mais de 8.800 para mais de 10 mil. Já as mortes foram 612 em 2024 e, neste ano, já chegam a quase 470.
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, alertou para a gravidade da situação:
"Temos um grande número de pessoas nas UPAs e hospitais com casos de síndrome respiratória aguda grave. Algumas regionais de saúde já enfrentam acúmulo de casos, como é o caso de Apucarana, que teve um óbito no ano passado e agora, em 2025, já soma 16 mortes", afirmou.
Em Cascavel, a preocupação também cresce. O aumento de casos tem gerado pressão sobre os hospitais. Lísias de Araújo Tomé, diretor do Hospital de Retaguarda do município, descreve o cenário como crítico:
"Os hospitais estão praticamente todos lotados apenas com casos de síndrome respiratória aguda, especialmente gripe grave."
Ele explica que medidas emergenciais já estão em estudo, semelhantes às adotadas durante a pandemia de Covid-19:
"Transformaríamos enfermarias em UTIs e atenderíamos os casos mais graves. Há previsão de abrir mais oito ou até quatorze leitos de UTI, dependendo da evolução da situação. Estamos preparados para agir, caso continue se agravando, como tem ocorrido."
A vacinação contra a influenza poderia ajudar a frear os números, mas a cobertura vacinal segue muito abaixo da meta. Em Cascavel, por exemplo, foram recebidas mais 15 mil doses na semana passada, mas o índice de imunização ainda está em apenas 40%, quando o recomendado pelo Ministério da Saúde é de 90% para os grupos prioritários.
Ana Carolina Rossin, coordenadora do Programa Municipal de Imunização, destaca que a vacina agora está disponível para toda a população:
"Infelizmente, temos apenas 40% de cobertura. O Ministério da Saúde liberou as doses para todas as pessoas, não apenas para os grupos prioritários. Qualquer pessoa acima de seis meses de idade pode se vacinar."
Desde janeiro, Cascavel já contabiliza cinco mortes por influenza. Especialistas reforçam que a vacinação é essencial para conter a propagação da doença e reduzir a sobrecarga nos hospitais.
Confira detalhes no vídeo:
Reportagem de Patrícia Cabral | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA
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