Dino Altmann é pioneiro da medicina no automobilismo no Brasil
Foto Duda Bairros
Muito além de pilotos, chefes de equipe, mecânicos e engenheiros renomados, o universo da Stock Car Pro Series é composto de muitos outros personagens que fazem parte da história da categoria que se consolidou como a mais importante e longeva do automobilismo brasileiro. Em 2025, um desses nomes emblemáticos comemora 30 anos de atuação na competição com uma trajetória de grandes serviços prestados: Dr. Dino Altmann, referência e pioneiro da medicina no esporte a motor no país.
Com 70 anos de idade a serem completados em nove de novembro, Altmann é graduado na Faculdade de Medicina de Jundiaí e tem Doutorado na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), com especialização em cirurgia oncológica, cirurgia videolaparoscópica e também em cirurgia robótica.
Além da jornada de destaque em vários segmentos da medicina, Dr. Dino ganhou notoriedade na comunidade do automobilismo em razão da sua atuação nas pistas, partindo da Stock Car e chegando até ao Mundial de Fórmula 1. Em 2020, assumiu a presidência da comissão médica da FIA (Federação Internacional do Automóvel), destacando sua relevância neste setor super especializado.
Na Stock Car, Altmann atua como médico-chefe e lidera um time que tem ainda outro profissional de notória atuação no automobilismo, Dr. Leandro Schimmelpfeng, médico-adjunto na categoria.
Dr. Dino e Dr. Leandro Schimmelpfeng: em ação na Stock Car
Pioneiro — Dino Altmann destaca que a Stock Car abriu as portas que o levaram a se tornar um pioneiro na medicina do automobilismo no país. "A categoria tem um significado imenso porque fui um pioneiro da medicina no automobilismo aqui no Brasil, e quem me permitiu desenvolver essa atividade foi a Stock Car. Através dela treinei muitos médicos pelo país afora, e hoje as principais categorias do automobilismo nacional têm médicos capacitados. Desbravamos novas fronteiras na medicina, permitindo trabalho para mais médicos aficionados pelo automobilismo e também levando mais segurança aos nossos pilotos", detalhou.
Quando olha para trás e recorda da época em que era um médico já com alguma experiência clínica e prestes a completar 40 anos, o Dr. Dino Altmann de hoje custa a acreditar no patamar que alcançou no esporte a motor brasileiro e mundial.
"Não poderia imaginar, até porque tudo era muito difícil e eu só pensava em melhorar o atendimento médico em nosso automobilismo. A estrutura, na época, era muito frágil, e o custo de um serviço médico adequado para uma categoria como a Stock Car era muito elevado por conta da falta de patrocínio. Meu compromisso com a organização era melhorar o atendimento médico a cada ano, e isso evoluiu muito com a importância da categoria, com a entrada de mais patrocinadores e mais recursos para o serviço médico", salientou.
Formando novos profissionais — No mês em que são comemorados o Dia do Professor (15 de outubro) e o Dia do Médico (18), Dr. Dino Altmann recorda a iniciativa que permitiu a abertura das portas a tantos outros profissionais para trilharem o próprio caminho nas pistas do Brasil e do mundo. "Em 2014 criei o curso itinerante de medicina no automobilismo, com verba da FIA e apoio da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), ministrado em todas as praças em que haviam etapas da categoria".
"O projeto formou centenas de médicos e socorristas, padronizando o atendimento pré-hospitalar em provas automobilísticas e servindo como base para a criação posterior de módulos teóricos e práticos mais avançados, integrados a programas da FIA e ICMS (International Council for Motorsport Science). Com isso, vocês podem ver que tudo foi acontecendo sem uma prévia visão de onde poderíamos chegar, e hoje temos uma estrutura nacional que não fica atrás de nenhum país", conta Dr. Dino, com orgulho.
Três anos depois da sua entrada como médico na Stock Car, o Dr. Dino Altmann foi convidado pelo lendário médico-chefe da FIA, Sid Watkins, a integrar a comissão médica da entidade - fato que abriu novas possibilidades para o médico brasileiro.
"O momento mais importante foi em 1998, quando o professor Sid Watkins, com quem tinha excelente relação, me convidou para participar como observador nas reuniões da comissão médica da FIA. A partir de 2001, passei a ser membro efetivo da comissão. Meu conhecimento adquirido lá fora permitiu que inovasse e adaptasse para o nosso meio, dentro das nossas possibilidades, mas com uma visão ambiciosa. Junto a engenheiros, pude achar soluções que tornaram os carros da Stock Car muito mais seguros e também influenciar na segurança das pistas. Em nível internacional, cheguei à presidência da comissão médica da FIA", relembrou.
Razão e emoção — Com toda a experiência e bagagem na medicina e no automobilismo, Dr. Dino está habituado com os riscos implícitos à modalidade e a possibilidade sempre real de ter de entrar em ação a qualquer momento. Ao longo de 30 anos, foram inúmeros os resgates liderados pelo médico-chefe da Stock Car, a maioria com final feliz. E é justamente quando a tensão dá lugar ao alívio, ao ver um piloto ileso após uma forte batida, que a emoção substitui a razão. "Diria que a maior emoção está quando resgatamos pilotos ilesos de acidentes graves, o que reforça o nível de segurança que temos hoje".
"Felizmente não temos tido acidentes fatais ou ocorrências nas quais o piloto se machuca gravemente. Tenho plena consciência de que o esporte é perigoso, mas, ao mesmo tempo, sei que o que nós oferecemos a eles, os pilotos, é o que existe de mais avançado no atendimento ao trauma. Não meço esforços para ter o que há de mais moderno no mundo em equipamento para o primeiro atendimento ao trauma, e isso me deixa tranquilo em saber que sempre ofereço o que há de melhor em termos de atendimento em pista. Infelizmente, tivemos alguns acidentes fatais, mas aconteceram numa época em que a segurança não era tão eficiente como é hoje. É sempre triste perder alguém com quem você convive no dia-a-dia", considerou.
Diante de tudo o que já viveu na Stock Car e o que está por vir, Dino Altmann se mostra consciente de que ajudou a aumentar a segurança no esporte e também cultivou a consciência de que é importante continuar avançando nessa área. "Estar há 30 anos na Stock Car reflete o reconhecimento de todos em relação ao meu trabalho. Também me satisfaz saber que, no dia em que não mais atuar no automobilismo, deixei um legado para quem vai me suceder com a mesma capacidade", finalizou.
Dr. Dino Altmann
Redação Catve.com com assessoria
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