Que o Terrão representa a maior essência do futebol brasileiro, isso todo mundo já sabe. Mas, no passado, foi preciso brigar muito para manter a tradição viva. Aqui em Cascavel, Zé Neves é um dos grandes responsáveis por preservar até hoje essa história. Ele lembra que, em 2011, chegaram a tentar trocar o Terrão por um campo sintético que ninguém queria.
Ele não desistiu do Terrão, até conseguir que esse espaço permanecesse aqui mesmo, no Jardim Colonial, onde está até hoje.
A final inédita de domingo (17) entre Treme-Terra e Frutana simboliza a continuação de uma identidade muito forte da região norte de Cascavel. Evandro já jogou e hoje ajuda a organizar o campeonato e, mesmo sendo uma competição amadora, se esforça para que o prestígio se perpetue.
A atual gestão da Secretaria de Esporte de Cascavel garante que não faz sentido acabar com uma prática tão significativa e defende a existência do Terrão.
Que bom que não acabou! Porque daqui do Terrão saiu, por exemplo, Willian Fodmiga, hoje no Vila Nova-GO. Ele foi campeão da Copa do Nordeste com o Ceará em 2023. Este ano, foi campeão goiano com o Vila e eleito o melhor lateral do estadual. Cria do Treme-Terra, ele ajuda a manter o clube. Só quem conhece o Terrão sabe o que isso significa. Quem não conhece terá uma grande chance de conhecer, no domingo, pessoalmente ou acompanhando a transmissão pela CATVE, a partir das 10h30. Antes disso, haverá movimentação no campo de terra, com homenagens e disputa do terceiro lugar entre Os Alves e Alumíne FC.
Por falar em árbitros, por aqui é quase uma unanimidade dizer que não é qualquer um que apita no Terrão. Marcelo, que já foi goleiro do futebol amador, em um passado bem recente, está escalado para a final. Ele vai fazer dupla com Japa, Eduardo Antunes. Eles apitaram juntos as semifinais.
É pressão o tempo todo, dos dois lados: quem está ganhando ou perdendo, os homens do apito não têm sossego. E, quando o jogador extrapola na reclamação, aí a conversa muda.
História que o preciosismo do passado quase pôs fim, decisão inédita entre dois times vencedores do futebol amador de Cascavel, transmissão em TV aberta e plataformas digitais: motivos para ver e acompanhar, in loco ou pelas telas, não faltam.
Vai ser de levantar poeira, mas só um vai conseguir erguer o troféu de campeão.
Deivid Souza / Hora do Esporte
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