Foto: Beatriz Riscado/CBJ
Após os Jogos Olímpicos Paris 2024, Rafaela Silva, campeã no Rio 2016 e dona de duas medalhas de ouro em campeonatos mundiais, anunciou que iria competir na categoria 63kg. A decisão deixou um espaço vazio na categoria 57kg no Brasil - titularidade que Shirlen Nascimento começa a reivindicar para si.
"Eu ajudei a Rafa na preparação para os Jogos Olímpicos porque eu já não tinha chances. Ela tem uma história linda e fico feliz de ver que ela ajuda a gente, as meninas mais novas, por tudo o que passou também", comentou a medalhista de bronze ao Olympics.com.
Ela precisou surpreender desde o início. Logo na primeira luta teria a coreana Huh Mimi, vice-campeã Olímpica em Paris 2024. A brasileira, contudo, encaixou um waza-ari e soube controlar o combate para confirmar a vitória. Com uma favorita a menos, encarou Yang Yu-Chieh, de Chinese Taipei, nas oitavas e venceu novamente com um waza-ari.
Nas quartas, porém, o único tropeço. Diante da japonesa Tamaoki Momo, dona de 14 medalhas em Grand Slams (cinco de ouro), Shirlen sofreu uma imobilização e perdeu por ippon. Restava, porém, a chance de brigar pelo bronze.
Na repescagem, aplicou um ippon sobre a sérvia Marica Perisic, sexta do ranking mundial, com seis segundos para o fim do tempo regulamentar. Na luta da medalha, enfrentou Maysa Pardayeva, do Turcomenistão. O combate foi tenso e decidido apenas no golden score graças a mais um waza-ari aplicado pela brasileira.
Daniel Cargnin vence cinco lutas e mostra que está de volta aos tatames
Depois do bronze em Tóquio 2020 na categoria 66kg, Daniel Cargnin passou a lutar nos 73kg em 2022 e continuava entre os melhores do mundo. Venceu o Masters de Jerusalem em 2022, foi bronze no campeonato mundial na nova categoria no mesmo ano e chegou a liderar o ranking mundial na ocasião.
Mas aí vieram as lesões e cirurgias. Uma, na região lombar, o tirou do Mundial de 2023. Voltou, disputou os Jogos Pan-Americanos 2023, mas fraturou a fíbula e encarou mais um procedimento. Novo retorno em 2024, foi quinto no Mundial, mas ficou longe das melhores condições em Paris 2024 - até passar por uma nova cirurgia no ombro esquerdo após os Jogos Olímpicos.
Será que ele estaria em boa forma para brigar por medalhas?
A resposta veio nos tatames. Na primeira luta, nem chegou a lutar por dois minutos para aplicar um waza-ari e, depois, um ippon no alemão Igor Wandtke. No segundo combate, luta dura contra o montenegrino Jahja Nurkovic, decidida apenas com um waza-ari. Nas oitavas, reencontrou o kosovar Akil Gjakova, seu algoz no torneio Olímpico. O confronto avançou ao golden score e ultrapassou oito minutos até o adversário acumular três shidos e ser eliminado.
Nas quartas de final, Cargnin enfrentou o japonês Ishihara Tatsuki, vice-campeão mundial em 2024. Mais um combate tenso, com o brasileiro alcançando um yuko no fim do tempo regulamentar para vencer pela contagem mínima. Na semi, precisou do golden score e de três shidos para eliminar o sérvio Bajsangur Bagajev.
Faltava apenas uma luta e, mesmo exausto pela campanha, Daniel Cargnin manteve a postura de ataque sobre o francês Joan-Benjamin Gaba. Chegou a conseguir algumas projeções, mas o rival soube se defender e evitar os pontos. Assim, a luta se encaminhou para o golden score. O judoca da França soube controlar a pegada e conseguiu uma projeção suficiente para fazer o waza-ari e garantir a medalha de ouro.
O brasileiro queria ser campeão? Sem dúvida, mas depois de tudo o que passou nas últimas temporadas, não dá para reclamar. "A sensação é muito boa. Após os Jogos Olímpicos a gente pensa em muita coisa, eu tinha ficado em quinto no Mundial do ano passado, fica um gosto amargo. Mas estou feliz pela volta aos tatames e manter uma constância é muito importante", confidenciou após a premiação.
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