Foto: Divulgação/Rio Branco
Nos últimos anos a condição do gramado do Estádio Nelson Medrado Dias foi duramente criticada pelos adversários do Rio Branco, de Paranaguá. Jogar naquele campo era sinônimo de enfrentar um rival a mais, além do time parnanguara. Mas, a Estradinha, como era chamado o local, não deixa de ser uma obra lendário para o futebol paranaense.
Lendária e histórica, que vai ficar na história. Foi lá que o jogador Lucas Tocantins, então atacante do FC Cascavel, fez um gol de placa em 2017 em uma partida da Taça FPF. Registrado pelas câmeras da CATVE, Tocantins arrancou da meia lua da área defensiva depois de uma cobrança de escanteio, disparou na corrida, ganhou de quatro marcadores, driblou o goleiro e tocou para o gol vazio. Detalhe, horas antes do jogo havia chovido em Paranaguá e o gramado estava quase que impraticável. Mais tarde Lucas Tocantins recebeu uma placa da CATVE pela obra de arte.
Essa é uma das muitas boas lembranças que o torcer paranaense terá da Estradinha. Também ficarão histórias frustrantes que lá aconteceram. A conjugação dos verbos (ter e ficar) no passado é porque o Estádio Nelson Medrado Dias não deve mais receber partidas de futebol. O palco que salvou o Rio Branco rebaixamentos no Campeonato Paranaense foi leiloada na manhã pelo valor de quase R$ 17,9 milhões. O comprador é o grupo Zonta, dono da rede de supermercados Condor e Super Atacadista.
Foi o único interessado na praça esportiva, então o valor inicial que era de R$ 35,8 milhões, reduziu praticamente pela metade, justamente pela falta de concorrência. Uma avaliação judicial chegou a definir o valor em R$ 19,8 milhões, em março deste ano.
A Estradinha foi a leilão porque o clube descumpriu o Ato da Trabalhista, determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), em junho de 2023. O valor da causa era de R$ 2 milhões. De 2014 a 2019, o Rio Branco-PR recebeu mais de 50 processos trabalhistas.
A venda em leilão ainda precisa ser homologada na Justiça, mas o grupo Condor garantiu que dará uma entrada de R$ 4,4 milhões, 25% do valor total. O restante será parcelado em até 30 parcelas mensais. A empresa promete usar o espaço para comércio de bairro e serviços.
Rebaixado no Estadual deste ano, o Rio Branco tem apenas a Divisão de Acesso do Paranaense como calendário em 2024. Sem a Estradinha, a alternativa será utilizar o estádio municipal, Gigante do Itiberê, caso o time continue com as atividades profissionais.
O local foi construído em 1927. O imóvel de 2.179 m² de área construída em um terreno de 12.810 m². Com o arremate, ficará apenas na memória do torcedor paranaense os grandes craques que já passaram em um dos clubes mais tradicionais do Estado.
Redação Catve.com
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