O Jaraguá Futsal vive um dos seus momentos mais delicados da história.
A Associação Desportiva Jaraguá (ADJ), que administra a equipe, ainda não conseguiu resolver os problemas financeiros que prejudicaram o clube no início do ano.
Jogadores e comissão técnica não recebem salários integrais desde janeiro.
Segundo o goleiro Franklin, a dívida da ADJ é de R$ 350 mil. Sem o pagamento, o grupo teria ameaçado não entrar em quadra pelas disputas do Estadual e da Liga Futsal.
No entanto, a medida foi revista numa decisão dos próprios jogadores e membros da comissão técnica. A equipe jogou ontem contra o Floripa, pelo Estadual, e cumprirá seu compromisso na noite desta quarta, na Arena Jaraguá, contra o Joinville
"A gente tem que valorizar muito esses jogadores. Alguns deles estão com dificuldade até para comer, mas querem manter a equipe em atividade aqui em Jaraguá", afirmou Franklin.
Tudo começou com a promessa da direção de quitar as dívidas até o meio de julho.
Segundo Franklin, os jogadores teriam sido informados que um acerto com um patrocinador (oGrupo El Shaddai) resolveria todas as pendências. Logo na chegada, o grupo investiria R$ 700 mil.
O acordo não saiu e novas promessas foram feitas até o dia 25.
Na segunda-feira, o cronograma não foi respeitado novamente e os atletas decidiram tomar medidas mais enérgicas.
A confusão começou porque, segundo Franklin, novamente foi prometido que o patrocínio resolveria as pendências e que eeste acordo seria fechado nos próximos dias. No entanto, o goleiro afirma ter informações de que não haverá este patrocínio.
? Até havia intenção do grupo (El Shaddai) de nos apoiar. Mas a ADJ pressionou eles, os ameaçou, exigindo o dinheiro do patrocínio junto ao intermediário, que costurava o acordo. A direção da empresa soube do caso e preferiu abortar o plano de nos apoiar. Quando descobri isso, acabei desmascarando a direção da ADJ. A promessa do pagamento era falsa porque não haverá patrocínio?.
Franklin acusa a direção da ADJ de ter negociado um patrocínio irreal para a atual realidade da equipe.
Nas conversas com o Grupo El Shaddai, a direção da ADJ teria informado que o custo da equipe era de R$ 350 mil por mês, quando, na verdade, segundo Franklin, era de R$ 100 mil.
O ex-goleiro da Seleção Brasileira e líder do elenco ainda aponta que a ADJ foi irresponsável porque contratou cinco jogadores recentemente sem saber se terá condições de arcar com os pagamentos.
Para entrar em quadra, jogadores, comissão técnica e direção chegaram a um acordo, segundo Franklin: a entrega da vaga da Liga Nacional de Futsal ao elenco.
O valor da vaga seria de R$ 650 mil. Como há dívidas de R$ 350 mil com o elenco, os atletas teriam de buscar mais R$ 300 mil para comprar a vaga e administrar a equipe de forma independente. Enquanto buscam estes recursos, os atletas se mantêm em atividade.
A ideia, pouco habitual no esporte, é a maneira, segundo Franklin, de manter a atividade viva na cidade.
?Eles (ADJ) chegaram a cogitar a venda da vaga para Umuarama para nos pagar. Isso definitivamente fecharia as portas do time?, explica Franklin.
Com relação a tudo isso, a presidência do Jaraguá Futsal emitiu uma nota oficial, a respeito da situação do time.
Confira:
Diante das informações veiculadas através da mídia no dia de hoje, envolvendo o JARAGUÁ FUTSAL, esclarecemos:
1) A diretoria do Jaraguá Futsal vem trabalhando há vários meses na tentativa de saneamento das dívidas herdadas de gestões passadas, passivos de grande monta, ao mesmo tempo em que enfrenta as despesas normais de operação e manutenção da ADJ ? Associação Desportiva Jaraguá ? montagem de time competitivo e principalmente para colocar os salários do elenco em dia, tarefa à qual envida seus maiores esforços.
2) Não procede a informação que o ?JARAGUÁ FUTSAL FECHOU? e os responsáveis por esta informação leviana e sem sustentação serão acionados dentro dos ditames legais, principalmente pelas consequências desta afirmação, que pode gerar prejuízos e interrupção de negociações com possíveis patrocinadores que vêm sendo conduzidas pela diretoria.
3) A atual diretoria já tinha acordo de patrocínio verbalmente fechado com o grupo EL SHADDAI, com sede na Bahia, inclusive com trocas de documentos para acertos de detalhes no contrato e já com cronograma de pagamentos agendado.
4) Nesse momento, agindo de boa fé, a diretoria, sendo transparente como sempre foi, informou aos atletas sobre os detalhes deste patrocínio, inclusive com os contatos da EL SHADDAI, para que percebessem que os esforços estavam sendo feitos.
5) Estranhamente após este fato, a comunicação entre ADJ e o grupo EL SHADDAI interrompeu-se e a negociação emperrou, inclusive com o não envio do contrato assinado e consequentemente do depósito da primeira parcela que colocaria o salário do elenco em dia. Inclusive o presidente do Grupo queixou-se de que ligações anônimas começaram a chegar a ele, com assuntos relacionados ao Jaraguá Futsal, de forma ofensiva.
6) Diante da situação que se formou, o líder dos jogadores exigiu que a diretoria atual se desligasse e simplesmente entregasse a vaga da Liga Nacional, ameaçando com a não entrada dos jogadores em quadra, caso esta exigência não fosse atendida. Porém, convencemos o elenco da importância de representar a camisa do Jaraguá Futsal acima de tudo, bem como de cumprir com as obrigações que a ADJ assumiu juridicamente com os organismos de organização, supervisão e promoção do desporto, enquanto discutimos as deliberações a serem tomadas. Isso sem contar com a imagem do Jaraguá Futsal dentro do panorama esportivo brasileiro.
7) A vaga da LNF ? Liga Nacional de Futsal ? é a garantia da disputa da competição de Futsal mais importante do Brasil. O representante dos jogadores afirmou que caso o grupo de jogadores não conseguisse viabilizar patrocínios para a equipe, eles a venderiam para fazer uma divisão do valor entre eles, o que significaria, aí sim, A EXTINÇÃO DO JARAGUÁ FUTSAL, fato com o qual a DIRETORIA não concorda, pactua e jamais sequer pensou em fazer. Podemos passar por dificuldades, mas vender a vaga da Liga Nacional, jamais.
8) Ainda lançando mão da transparência, a diretoria afirma que mantem-se aberta ao diálogo e reforça seu compromisso com a ADJ de procurar as melhores soluções para a situação que se formou, porém, não abrirá mão de suas prerrogativas legais, amparadas pelo estatuto da ADJ, da CBFS (Confederação Brasileira de Futebol de Salão - Futsal, LNF (Liga Nacional de Futsal) e pela legislação esportiva.
Atenciosamente,
Gerson Postai
ADJ - Presidente
Redação Catve.com com Toque de Bola