Neste 8 de Março, em meio a buquês de rosas e bombons, entre as cenas que se sobressaiu em Cascavel está a do protesto de mulheres que saíram em marcha da Praça Wilson Joffre até o prédio do INSS, na Rua São Paulo.
A indagação que se faz sobre o ato de hoje é: O que motiva tantas mulheres, muitas delas com crianças, a deixarem seus afazeres e saírem em marcha sob um sol escaldante? É que está em jogo a "pouca sombra" que lhes resta depois de uma vida inteira de trabalho.
Além das reivindicações constantes por liberdade, pelo fim da violência e igualdade no mercado de trabalho, destaque foi o repúdio à Reforma da Previdência, que avança no Congresso Nacional desde que Michel Temer (PMDB) assumiu a Presidência da República.
Para as mulheres, os 65 anos de trabalho para garantir uma aposentadoria traz uma carga de vida muito maior e exaustiva do que o número representa. Por questões culturais, é sobre que nós que recai a maior responsabilidade em cuidar da casa e dos filhos. E por questões naturais, o nosso corpo é que se transforma completamente com a gravidez, com o parto, com a amamentação.
O nivelamento para que eles e elas se aposentem aos 65 ignora os olhos essas diferenças que saltam ainda mais aos olhos que se trata das trabalhadoras da área rural. No campo, além dos afazeres da casa e com os filhos, a maioria também trabalha na roça, em um contexto em que muitas exercem atividades braçais desde muito cedo.
A mudança de 55 para 65 anos é um desrespeito com as mulheres idosas. Um fardo a mais que não precisamos e nem queremos carregar.
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