Foto: ABC Collor
A Polícia Militar prendeu, no estado de São Paulo, um ex-integrante do grupo terrorista Exército do Povo Paraguaio (EPP), que estava foragido desde a véspera de Natal de 2021, quando é acusado de executar um morador no departamento de Concepción, no Paraguai.
O homem capturado é Crispín Fernández, de 55 anos, paraguaio, que foi dirigente da Organização Camponesa do Norte (OCN) e posteriormente apontado como chefe logístico do EPP, uma das principais organizações criminosas armadas do país vizinho.
A prisão ocorreu na terça-feira (23), na região de Guarulhos, na Grande São Paulo, e foi realizada por policiais da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), força de elite da Polícia Militar paulista. A localização do foragido foi possível graças ao intercâmbio de informações entre as Interpols do Paraguai e do Brasil.
Segundo as autoridades paraguaias, Crispín Fernández deverá ser extraditado ao Paraguai, onde responderá pelo crime de homicídio doloso.
Crime ocorreu na noite de Natal
O assassinato atribuído a Crispín ocorreu na noite de 24 de dezembro de 2021, em uma quadra de piki vôlei na localidade de Kurusu de Hierro, distrito de Azotey, no departamento de Concepción.
Conforme a investigação, ele teria atirado várias vezes contra Roberto Medina Gracia, de 39 anos, diante de diversos moradores. A vítima tentava intervir em uma briga envolvendo Adrián Fernández Fernández, então com 25 anos, filho de Crispín.
A apuração aponta que Crispín acreditou, de forma equivocada, que Roberto estaria agredindo seu filho, quando na verdade tentava defendê-lo. O erro resultou na morte de um homem que não participava da agressão.
Histórico ligado ao EPP
Crispín Fernández possui um longo histórico de ligações com o EPP. Em 2008, ainda como dirigente da OCN, foi preso como colaborador do grupo após o ataque ao destacamento militar de Tacuatí. Sua residência também foi alvo de buscas em 2010, durante investigações sobre o assassinato do líder camponês Florencio Núñez, que havia denunciado apoio de moradores locais aos terroristas.
Em 2013, já apontado como chefe logístico do EPP, foi novamente preso, acusado de fornecer alimentos, abrigo e apoio operacional aos integrantes do grupo após atentados e sequestros. Em 2014, acabou condenado a cinco anos de prisão por colaborar com o EPP em um ataque ocorrido na região de Yby Yaú.
De acordo com autoridades paraguaias, outros familiares de Crispín Fernández também possuem vínculos com a organização criminosa.
Agora sob custódia da Justiça brasileira, ele aguarda os trâmites legais para extradição e julgamento no Paraguai.
Antonio Mendonça/ Catve.com/ ABC Collor
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