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Guarda municipal é preso após feminicídio da ex-companheira em Maringá

Jéssica Daiane Cabral de Oliveira, foi morta com seis tiros dentro de casa na madrugada de sábado (20)


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Imagem: Divulgação

Jéssica Daiane Cabral de Oliveira, de 30 anos, foi morta com seis tiros dentro da própria casa, em Maringá, no norte do Paraná. O crime aconteceu na madrugada de sábado (20) e é tratado como feminicídio. O principal suspeito é o ex-companheiro da vítima, o guarda civil municipal Gerson Rafael Geidelis, de 46 anos.

Segundo a polícia, o homem arrombou o portão da casa com o próprio carro, invadiu o imóvel e atirou contra Jéssica. A filha da vítima, de 7 anos, estava na casa no momento do crime. Após os disparos, ele fugiu. O carro usado na ação foi apreendido e apresenta marcas da batida no portão. A arma utilizada também foi apreendida e possui identificação da Prefeitura de Maringá.

Dias antes de ser morta, Jéssica enviou áudios a familiares e pessoas próximas nos quais pedia para que o ex-companheiro a deixasse em paz. Em uma das gravações, ela afirmou que não queria mais contato e relatou crises de ansiedade causadas pelas insistências dele. Familiares informaram ainda que, ao longo da semana anterior ao crime, o suspeito enviou áudios com ameaças, inclusive dizendo que mataria Jéssica e um amigo dela.

Três dias antes do assassinato, a vítima tentou registrar uma denúncia por ameaça na Delegacia da Mulher de Maringá. Ela foi até o endereço antigo da unidade e, por causa do trabalho, não conseguiu se deslocar até o novo local para concluir o registro.

Em entrevista, o secretário de Segurança de Maringá, delegado Luiz Alves, explicou que guardas municipais têm porte de arma previsto no estatuto da corporação e na Lei Federal nº 10.826, inclusive fora do horário de serviço, para proteção pessoal. Ele afirmou que nenhuma lei autoriza o uso indevido de equipamentos da corporação e que esse tipo de conduta é punido na forma da lei.

O secretário também informou que, para manter o porte de arma, os guardas passam por exames psicológicos periódicos, feitos por profissionais credenciados junto à Polícia Federal. Somente com laudo favorável o porte é concedido ou mantido. Além disso, os agentes participam anualmente de estágio de qualificação. Segundo Luiz Alves, o suspeito estava de folga no momento do crime.

Horas depois do feminicídio, Gerson Rafael Geidelis foi localizado e preso pela própria Guarda Municipal, em ação conjunta com a Polícia Civil. Ele confessou o crime, foi autuado em flagrante, teve a prisão convertida em preventiva e permanece à disposição da Justiça. Apesar da confissão, o homem segue tratado como suspeito, já que o caso ainda está em fase de investigação.

Em nota, a Prefeitura de Maringá repudiou de forma veemente o feminicídio de Jéssica e afirmou que o crime é incompatível com os valores do serviço público e da sociedade. O município manifestou solidariedade aos familiares e amigos da vítima e destacou que o fato de o suspeito possuir porte de arma regular e laudo psicológico válido não reduz a gravidade do crime.

A prefeitura informou que não tolera qualquer forma de violência, especialmente contra mulheres, e que adotará todas as medidas administrativas cabíveis, além de colaborar integralmente com a investigação. A Corregedoria da Guarda Civil Municipal já iniciou procedimentos administrativos, que podem resultar na exclusão definitiva do agente da corporação, com respeito ao devido processo legal. O caso segue sob investigação da Polícia Civil.

Gerson Rafael Geidelis, de 46 anos / Imagem: Reprodução Facebook

Bruna Guzzo | Catve.com com GMC

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