PMs são presos em operação que investiga roubo de cargas no Paraná

Dois policiais militares, um da ativa e um da reserva, foram presos durante a Operação Mercenários do Asfalto, desencadeada pela Polícia Civil do Paraná, nesta terça-feira (16).

As ações realizadas pela Polícia Civil e Polícia Militar ocorrem em Piraquara, Pinhais e São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, além da capital.

A delegada Juliana Cordeiro explicou que as investigações iniciaram em setembro de 2024, quando uma carga de cigarros avaliada em R$ 220 mil foi roubada. Quatro suspeito praticaram o crime e durante as diligências, foi possível identificar um veículo utilizado e um dos autores que na época trabalhava como segurança privado. Na época ele chegou a ser preso com arma e colete. 

Celulares foram apreendidos e durante a extração e análise do conteúdo foi possível identificar oitos pessoas.

"Nós tivemos ali quem fornecia a arma para essa organização criminosa. O motorista dessa empresa, foi ele quem indicou toda a rota, como funcionava, o dia a dia da equipe para que esses assaltantes conseguissem lograr êxito no assalto. Nos identificamos dois policiais militares, da reserva e um da ativa, os dois também tinha envolvimento. Pelo que levantamos o policial militar praticou esse assalto diretamente, juntamente com dois outros alvos que nos conseguimos identificar", afirmou a delegada.

Nesta terça-feira foram cumpridos então oito mandados de prisão, sendo que sete foram cumpridos. Nas ações foram presos os dois policiais militares, outros cinco envolvidos. Uma pessoa segue foragida.

Também foram realizadas buscas e apreensões, onde as equipes tiveram êxito em apreender 764 munições de diversos calibres, três veículos, duas motos, rádio comunicador, rastreadores, carabina, duas pistolas, arma de pressão e celulares. Foi solicitado quebra de sigilo financeiro para verificar sobre a movimentação de valores.

A delegada explica que havia divisão de tarefas no grupo organizado, além de monitoramento de rodovias da região. Eles tinham dois aparelhos celular sendo que um deles era utilizado para o crime.

Conforme informado, eles tinham grupo em aplicativo de mensagem com o nome Mercenários, o que deu nome a Operação Mercenários do Asfalto.

Com relação ao monitoramento, eles não tinham horário específico e conciliavam com o regime de plantão de trabalho.

"Não tinha horário específico, e eles também trabalhavam então eles tinham que combinar com regime de plantão deles com o trabalho. Então eles faziam essas duas funções, de monitoramento de carga e também de atuar no trabalho", Explicou Juliana Cordeirto.

O tenente-coronel Carlos da Polícia Militar do Paraná esteve presente na coletiva de imprensa e ressaltou que a PMPR não compactua com nenhuma forma de desvio de conduta dos integrantes.

Segundo o tenente-coronel, eles estão custodiados e à disposição da Justiça. Paralelo as investigações, será aberto um procedimento administrativo para apuração das condutas. Nesse processo eles terão o direito de defesa e caso seja comprovado o desvio da conduta eles poderão ser excluídos.

Com relação ao policial militar aposentado, ele pode perder a função da reserva remunerada.

"A melhor resposta que a policia pode dar é responsabilizando eles caso sejam culpados e excluindo eles da corporação", afirmou o tenente-coronel.

Evelyn Antonio | Catve.com