Homem é preso por engano na fronteira após foragido usar dados do irmão

Um homem com extensa ficha criminal segue desaparecido após utilizar os dados pessoais do próprio irmão para cometer crimes. O caso veio à tona após a Polícia Federal prender, por engano, o parente inocente durante uma abordagem na fronteira entre Brasil e Paraguai, em Foz do Iguaçu.

O verdadeiro suspeito é réu em três processos no estado de São Paulo, sendo que em um deles a condenação é de dez anos de prisão. Ele estava foragido após não retornar de um benefício de saída temporária, o que motivou a expedição de um mandado de recaptura.

A prisão equivocada ocorreu em outubro deste ano, na Aduana da Ponte Internacional da Amizade. O homem abordado estava em passeio com a família quando foi detido e encaminhado à sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu. Durante o interrogatório, ele afirmou não ter cometido crimes e demonstrou surpresa com a prisão.

Segundo o delegado da Polícia Federal, Sérgio Luis Stinglin de Oliveira, o mandado foi cumprido porque os dados constantes no Banco Nacional de Mandados de Prisão coincidiam integralmente com os documentos apresentados pelo abordado.

"Desde o primeiro momento, ele se mostrou surpreso, afirmou que jamais havia cometido qualquer crime e que nunca foi condenado no estado de São Paulo. O mandado era de recaptura, mas acabou sendo cumprido contra a pessoa errada", explicou o delegado.

Após a prisão, a Polícia Federal realizou exames biométricos, comparação de fotografias e análise das impressões digitais. Os laudos confirmaram que o homem detido não era o autor dos crimes. Com isso, ele foi liberado após passar uma noite na cela da delegacia.

De acordo com a PF, o verdadeiro suspeito utilizava uma identidade falsa com os dados do irmão. Ele chegou a ser preso anteriormente, cumpriu pena e obteve o benefício da saída temporária com documentos falsificados, mas não retornou ao sistema prisional, o que gerou o mandado de recaptura.

A Justiça do Estado de São Paulo já realizou a correção dos dados, vinculando o mandado ao verdadeiro autor dos crimes. Apesar do constrangimento, a Polícia Federal afirma que o homem preso por engano não sofreu prejuízos jurídicos.

"É um baque para qualquer pessoa inocente passar por isso. Tentamos resolver o mais rápido possível, mas não poderíamos liberar sem ordem judicial, já que os documentos constavam no sistema", completou o delegado.

Até o momento, o homem com extensa ficha criminal segue foragido. Já o irmão inocente deixou Foz do Iguaçu levando, além das lembranças da fronteira, a experiência inesperada de uma prisão injusta.

Confira detalhes no vídeo:

Reportagem de Renan Gouvêa | EPC - ESPORTE, POLÍTICA E CIDADANIA