Policial

Copo de homem não se mexe, teria sido dito por vendedor antes de agressões, diz policial

Policial civil atirou contra o vendedor, que morreu 5 dias após internamento


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O policial civil Marcelo Mariano Pereira, 36 anos, que atirou e matou o vendedor Antônio Carlos Antunes, 51 anos, disse ter ouvido da vítima que ‘copo de homem não se mexe’. A defesa do policial afirmou que não houve discussão entre eles, e voltou a dizer que a briga começou por conta de um copo da pia. Antunes foi ferido no tórax dentro do banheiro do BarBaran, no Centro de Curitiba, na última sexta-feira (26). Após cinco dias internado, Antunes não resistiu e faleceu. A família está desolada e busca justiça pela morte dele.

A defesa de Marcelo, policial lotado na Delegacia do Alto Maracanã, falou com a imprensa na manhã desta quinta-feira (2) e voltou a defender a versão de legítima defesa. Dessa vez, deu detalhes sobre o que teria ocorrido dentro do banheiro, segundo o policial, e afirmou que Antunes tentou pegar a arma do agente de segurança. "Não tenho dúvidas de que foi isso que aconteceu. A polícia fez diligências, foi imparcial, preservou indícios e não tenho dúvidas que o Marcelo agiu em legítima defesa, e não tenho dúvidas de que o Antônio quis tirar essa arma. A respeito dessa questão da discussão, não houve discussão. No dia em que o Marcelo prestou depoimento na delegacia ele disse que não tinha tido discussão", disse Heitor Bender, advogado do policial civil.


"Ele (Antunes) disse ‘copo de homem não se mexe’ e ele (policial) disse ‘você está viajando’ e ignorou a vítima. Após ele ignorar, ele é agredido pelas costas, então é evidente que essa testemunha em um ambiente onde a atenção não estava canalizada não tenha ouvido isso. Depois o que essa testemunha ouve? Embate corporal, que foi o que aconteceu. As imagens não mostram dentro do banheiro, mas mostram a porta batendo e ali naquele momento a gente já tem uma evolução sonora da agressão", completou.

Arma

A defesa do policial civil sustenta a versão de que Antunes tentou tirar a arma do agente durante a confusão dentro do banheiro. A alegação é de legítima defesa, uma vez que o policial teria tentado se defender das agressões que sofria, após um suposto copo retirado de uma pia do banheiro do estabelecimento.

"Não houve discussão prévia, ele já estava sendo agredido. As recomendações são de que o agente não entre em embate corporal. Mas já estava instalado o embate, e não por culpa dele. Mesmo anunciada a presença da arma, ele tenta tomar a arma. Se ele não desfere o disparo, poderia perder a arma", disse o advogado Heitor Bender, afirmando que o tiro efetuado foi para que Marcelo não se tornasse a vítima, porque para a defesa ‘era ele ou eu’, disse o advogado do policial.


Segundo ele, a morte do vendedor abalou Marcelo, já que a expectativa era pela recuperação dele. "Todos nós estamos tristes com essa situação, mas isso não muda o que aconteceu naquela situação. Não estamos aqui para julgar se ele era um bom pai, um bom avô, mas o que aconteceu e o que de provas sobre o que aconteceu naquela noite. Marcelo está abalado e buscando ajuda psicológica", disse Heitor.

Sobre o fato de beber estando armado, o advogado afirmou que trata-se de uma cortina de fumaça. "Estão colocando uma cortina de fumaça com base neste argumento. O Boletim de Ocorrência aponta que não tinha sinais de embriaguez. A bebida não é a causa do que aconteceu. Ele disparou porque estava sendo brutalmente agredido. A Polícia Civil emitiu nota que não é recomendado beber e estar com arma, mas não é ela que levou ao que aconteceu", disse o advogado, lembrando que em depoimento Marcelo afirmou ter bebido dois copos de cerveja.

Sem histórico de violência

Já a defesa diz que o vendedor Antônio Carlos não tinha histórico de agressão ou violência. À imprensa, a advogada Caroline Mattar Assad, que representa a família do vendedor, afirmou que Antunes era um homem tranquilo, ia às missas pela manhã, falava com as filhas todos os dias e era muito apegado ao neto. "Um homem muito família, alguém muito querido por todos", disse Caroline, em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (1º).

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