Três condenados pelo incêndio na Boate Kiss têm progressão para regime semiaberto

Três dos quatro condenados pelo incêndio na Boate Kiss, que ocorreu em Santa Maria (RS) em 27 de janeiro de 2013 e deixou 242 mortos e 636 feridos, tiveram autorização judicial para progressão ao regime semiaberto nesta sexta-feira (5). A decisão atinge Elissandro Callegaro Spohr, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, após revisão das penas pelo Juiz Geraldo Anastácio Brandeburski Júnior e a Juíza Bárbara Mendes Sant’Anna, responsáveis pelos Processos de Execução Criminal.

Com a redução das penas, Elissandro passou de 22 anos e 6 meses para 12 anos de reclusão, Marcelo de 18 para 11 anos e Luciano também para 11 anos. Todos já cumpriram tempo suficiente em regime fechado para cumprir a nova etapa da pena em semiaberto. O quarto réu, Mauro Londero Hoffmann, ainda depende de manifestação do Ministério Público para possível progressão.

O incêndio na boate começou durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira, quando artefatos pirotécnicos atingiram o teto revestido de espuma, liberando fumaça tóxica que causou a maioria das mortes por asfixia. Durante a fuga, centenas de pessoas ficaram presas no estabelecimento, incluindo em banheiros, contribuindo para o número elevado de vítimas.

A Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) criticou a decisão, afirmando que não respeita a soberania do júri popular, que havia condenado os réus em 2021 por homicídio doloso. A associação instalou recentemente um banner em frente ao memorial da Boate Kiss, simbolizando sua insatisfação com a redução das penas.

As medidas de progressão marcam um novo capítulo no longo processo judicial que envolve os quatro réus, cujas condenações já passaram por recursos no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e decisões do Supremo Tribunal Federal.

Igor Vieira sob a supervisão de Alexandra Oliveira | Catve.com