O Arcebispo Metropolitano de Cascavel, Dom José Mário Scalon Angonese, se pronunciou sobre as acusações envolvendo um padre da diocese, reforçando que a Igreja busca a verdade e o cumprimento da justiça.
Segundo Dom José Mário, "O desejo sincero da Igreja é que a verdade venha à tona. Se o padre de fato cometeu o delito, ele deve responder por isso". O arcebispo destacou que, desde sua chegada a Cascavel, trabalhou com todos os presbíteros o Código de Conduta da Igreja, e que acusações desse tipo "Não são aceitas nem aprovadas, e o desejo da Igreja é que a justiça seja feita".
O bispo explicou que só pode agir mediante denúncia formal. Assim que recebeu a denúncia, ela se tornou oficial e foram adotados os encaminhamentos previstos pelo direito canônico: "Suspendemos o padre e abrimos um processo de investigação, que já está em andamento. Temos um prazo de 90 dias na diocese, e depois o caso é encaminhado à Congregação para a Doutrina da Fé e do Clero, em Roma, onde será julgado. Se confirmada a pedofilia, a decisão é clara: demissão do estado clerical, deixando de ser padre".
Dom José Mário também comentou sobre a transferência de padres, que segundo ele é prática comum na Igreja: "As transferências são normais desde a origem da Igreja. Experiência mostra que os melhores resultados nos trabalhos pastorais ocorrem em períodos de 5 a 7 anos. O padre em questão já estava há 9 anos na paróquia, passando do período ideal, e por isso foi decidido que assumisse outra paróquia".
Sobre as vítimas e suas famílias, o arcebispo afirmou: "Como se trata de um membro da Igreja, o nosso zelo deve ser ainda maior por ajudar as pessoas e as famílias a superarem esses momentos de dor. Quanto às possíveis vítimas, não só de padres, mas de todas as pessoas que sofrem abuso, a Igreja tem atitude de auxílio, ajudando a superar dificuldades, curar feridas e acompanhar essas pessoas".
Ele reforçou que a conduta de um padre não pode prejudicar toda a classe clerical: "Nossa arquidiocese tem 74 padres, homens muito bons, justos. Um deles, infelizmente, deu problema, mas os outros são dedicados. Não seria justo que todos pagassem o preço por um que se desviou do caminho".
Dom José Mário pediu que a comunidade católica continue orando pela Igreja e por seus padres e enfatizou a importância de denúncias formais em casos de conduta inadequada. "Se eventualmente tiver algum comportamento equivocado de qualquer um dos presbíteros ou diáconos, por favor, ofereçam-nos a denúncia e nós vamos acolher".
O pronunciamento foi enviado à imprensa, mas não faz menção às denúncias envolvendo o arcebispo já falecido de Cascavel.
Bruna Guzzo | Catve.com
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