Na zona rural de Goioxim, um município de pouco mais de 7 mil habitantes no Centro-Sul do Paraná, a cerca de 76 quilômetros de Guarapuava, uma denúncia feita por WhatsApp desencadeou o resgate de uma jovem que, segundo o próprio relato, vinha sendo mantida em cárcere privado, agredida fisicamente e ameaçada de morte pelo próprio pai.
O alerta partiu do ex-namorado da vítima. Preocupado com mensagens angustiantes enviadas pela mãe da jovem e com um áudio no qual a jovem chorava enquanto relatava estar sendo ameaçada, ele procurou o Destacamento da Polícia Militar de Goioxim.
Mobilizados pela urgência da situação, policiais do destacamento e da Patrulha Rural seguiram até a localidade indicada. No local, encontraram o pai da jovem, que demonstrou resistência inicial, mas acabou permitindo que a equipe conversasse com a filha.
Três semanas sem liberdade
De forma reservada, a jovem, que terá a identidade preservada, contou que há cerca de três semanas era impedida de sair da propriedade rural onde vivia com o pai. Ela não podia ir até o portão, nem passar das cercas, revelou à equipe. A situação, no entanto, havia se agravado.
No mesmo dia da denúncia, segundo ela, o pai teria desferido socos contra sua face, boca e abdômen. As agressões incluíram ainda chutes nas pernas e nas costas, puxões de cabelo e asfixia com as mãos. Durante o depoimento, os policiais notaram uma lesão visível na boca da jovem, compatível com o relato de agressão.
Armas escondidas e histórico de violência
Indagado sobre a existência de armas na casa, o pai confirmou que possuía uma pistola e um revólver, ambos escondidos no forro do quarto. Os armamentos, uma pistola e um revólver da marca Taurus, foram localizados e apreendidos pela equipe policial.
Ainda em estado de choque, a jovem revelou que as agressões físicas não eram um episódio isolado. "Isso já aconteceu outras vezes. Teve uma época em que ele não me deixou ir pra faculdade. Eu ficava aqui, como se não tivesse direito de viver", disse.
Prisão e medidas de proteção
Diante das provas e do relato consistente da vítima, foi dada voz de prisão ao autor. A condução foi feita sem o uso de algemas. O acusado foi levado no banco traseiro da viatura até a Delegacia de Polícia de Cantagalo. Ambas as partes passaram por exames na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Goioxim, onde foram lavrados os laudos de lesões corporais.
As autoridades policiais também orientaram a vítima sobre seus direitos e a importância de solicitar medidas protetivas de urgência, conforme prevê a Lei Maria da Penha.
Gabi Lira | Catve.com
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