A Polícia Civil de Ponta Grossa, através do setor operacional, indiciou 18 ex-funcionários das lojas "Casas Bahia" por fraudes realizadas no sistema de vendas interno da loja. O grupo responderá pelos crimes de estelionato e associação criminosa.
O ESQUEMA FRAUDULENTO
De acordo com as investigações, os ex-funcionários manipularam o sistema interno da empresa durante a "Campanha: Super Feras em Vendas", que tinha como objetivo incentivar o cumprimento de metas de vendas. O prêmio oferecido pela campanha era uma viagem para a "Disney" com direito a acompanhante, além de bonificação financeira.
O esquema funcionava da seguinte forma: os funcionários realizavam vendas normalmente e, após receberem o pagamento do cliente, cancelavam a compra, convertendo o valor pago em crédito na conta do cliente. Com esse crédito, efetuavam uma nova compra no sistema, gerando uma "nova venda" e, consequentemente, um novo benefício para a campanha e também "score" de pontuação para a viagem.
Uma falha no sistema impedia a atualização correta do status das vendas canceladas, permitindo que as transações permanecessem ativas para fins de cálculo de premiação, possibilitando o pagamento de múltiplos benefícios indevidos.
É importante destacar que nenhum cliente da loja teve qualquer prejuízo, pois todos receberam normalmente os produtos adquiridos. O esquema visava exclusivamente fraudar o sistema interno de bonificação da empresa.
PREJUÍZO
O montante total do prejuízo suportado pelo "Grupo Casas Bahia" foi de R$ 205.343,97.
A filial que mais acumulou benefícios por meio desta ação fraudulenta foi a correspondente ao município de Ponta Grossa, sendo que o ex-funcionário que obteve o maior ganho indevido totalizou R$ 16.355,03.
RELEMBRE O CASO
Todos os funcionários envolvidos no esquema foram demitidos em abril de 2025, e a partir daí iniciaram as investigações policiais. A empresa deu início a um procedimento investigatório interno após identificar condutas suspeitas por parte dos colaboradores.
A colaboração do Grupo Casas Bahia S.A. foi de suma importância para desvendar toda a trama criminosa. A empresa apresentou um relatório interno detalhado de 426 páginas com todo o esquema fraudulento demonstrado, além de disponibilizar documentos e informações que foram fundamentais para o sucesso da investigação policial.
O Delegado Gabriel Munhoz, responsável pela investigação, concluiu que a conduta dos investigados se enquadra nos crimes de estelionato (artigo 171 do Código Penal) e associação criminosa (artigo 288 do Código Penal).
O Inquérito Policial foi finalizado e enviado ao Ministério Público para que possa oferecer a denúncia em face dos investigados. O caso demonstra a coordenação entre os envolvidos, que agiram de forma organizada para a prática reiterada dos crimes, aproveitando-se da estrutura da empresa para consecução dos fins ilícitos.
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