Irã retirou urânio de instalações nucleares antes de ataque dos EUA, diz jornal

O Irã retirou todo o urânio de suas centrais antes dos Estados Unidos atacarem as instalações, diz uma uma reportagem do jornal Financial Times desta quinta-feira (26). O elemento é usado para produzir energia nuclear.

De acordo com fontes da reportagem, por isso, o estoque de urânio do país segue praticamente intacto. O veículo publicou que agências de inteligências de países da Europa constataram que o estoque iraniano de 408 kg de urânio enriquecido próximo ao nível de desenvolver uma arma nuclear não estava mais concentrado em Fordow.

A instalação iraniana fica "dentro" de uma montanha e foi alvo de ataques norte-americanos no fim de semana. Ainda segundo o jornal, o estoque teria sido redistribuído para várias outras instalações antes dos bombardeios.

A instalação de Fordow é um dos principais locais de enriquecimento de urânio do programa nuclear do Irã e fica encravada no subterrâneo em uma área montanhosa, justamente para dificultar ofensivas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou a informação nesta quinta-feira (26) e afirmou que nada foi retirado de Fordow.

"Os carros e caminhões pequenos no local eram de operários de concreto tentando cobrir a parte superior dos poços. Nada foi retirado da instalação. Levaria muito tempo, seria muito perigoso e seria muito pesado e difícil de mover!", escreveu Trump em sua rede social.

Também nesta quinta, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AEIA), que regula e vistoria centrais nucleares do mundo, Rafael Grossi, afirmou em entrevista à rádio francesa RFI que Fordow não estava mais funcionando após os ataques dos EUA.

Porém, não deu informações sobre se o estoque de urânio da instalação ainda estava lá dentro ou se foi retirado antes.

O governo iraniano, por sua vez, chegou a admitir na quarta (25) que houve "grandes danos" em Fordow, mas não especificou quais. Já nesta quinta (26), o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou que os EUA "não conseguiram muito" com sua ofensiva.

Redação TV Cultura