Ainda não terminou a audiência do julgamento do caso Zarhará Houssen Tormos, estudante de biomedicina encontrada morta dentro do próprio carro com as mãos e os pés amarrados. O crime aconteceu em fevereiro de 2024, em Foz do Iguaçu. Testemunhas foram ouvidas na tarde desta quarta-feira (25), em audiência virtual.
A Justiça marcou para 1º de julho a oitiva dos principais suspeitos do assassinato. De dentro da penitenciária feminina de Foz do Iguaçu, está presa a principal acusada: Pâmela da Silva de Campos, de 26 anos, que era amiga da vítima. Ela deve responder questionamentos considerados cruciais para o esclarecimento do caso.
Segundo o Ministério Público, "a denunciada Pâmela" efetuou disparos contra Zarhará com a ajuda de outras pessoas ainda não identificadas. A vítima foi imobilizada com fita adesiva e colocada no banco traseiro do próprio carro.
A perícia da Polícia Científica apontou material genético da suspeita na fita usada para amarrar a estudante, além de impressões digitais no veículo.
O MP afirma que o crime foi cometido com recurso que dificultou a defesa da vítima, atingida por disparos na região da cabeça. Ainda conforme a denúncia, Zarhará vinha sofrendo ameaças antes do assassinato. Um trecho do processo aponta que Pâmela "ameaçou causar mal injusto e grave, causando a morte da vítima".
Na época do crime, Pâmela usava tornozeleira eletrônica. O sinal do equipamento confirmou a presença dela no local do assassinato. A Polícia Civil informa que a jovem tem envolvimento com o tráfico de drogas.
A defesa de Pâmela alega que ela ainda está sendo julgada e, portanto, é inocente. A apuração da Catve indica que ela deve ficar em silêncio durante o depoimento.
A família de Zarhará cobra justiça. No primeiro dia de audiência, amigos e parentes protestaram em frente ao Fórum de Foz do Iguaçu com faixas, cartazes e camisetas. O pedido era um só: justiça.
Imagens de segurança registraram os últimos momentos da estudante, no dia 26 de fevereiro, quando ela saiu da faculdade onde cursava biomedicina. Zarhará entrou no próprio carro e, em seguida, passou a ser perseguida por outro veículo.
De acordo com o Ministério Público, quem dirigia o carro preto que seguia a vítima era Bruno Martini Vieira, namorado de Pâmela. Ele também é acusado de envolvimento no assassinato e teria levado a namorada até Zarhará para cometer o crime.
Bruno está preso preventivamente e será ouvido no mesmo dia que Pâmela, em 1º de julho. A defesa dele não se manifestou. Durante o intervalo do primeiro dia de audiência, os dois conversaram. Houve até pedido de união estável.