Foto: Divulgação | Polícia Civil
No fim da tarde de quarta-feira (28), a Justiça converteu em preventivas as prisões temporárias de três investigados pelo assassinato de Ricardo de Oliveira Osinski, de 40 anos. O corpo da vítima foi encontrado com diversos golpes de faca em 26 de março, na Estrada do Alagado, área rural de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.
Os presos são o casal dono da clínica terapêutica "Só Por Hoje" e um interno da instituição, de 25 anos, que confessou ter executado o crime durante a Operação Cuidado Fatal, deflagrada em abril.
(A fachada da Clínica de Reabilitação Só Por Hoje - Foto: Reprodução | Google Street View).
As investigações da Polícia Civil revelam um crime premeditado e de extrema frieza. Segundo o inquérito, Ricardo foi mantido em cárcere privado, dopado com medicamentos e impedido de sair da casa do casal. O objetivo era facilitar o desvio de dinheiro da conta bancária dele.
Além disso, a polícia identificou que a vítima chegou a sofrer agressões com arma de choque dias antes do assassinato. Ricardo estava sob vigilância desde o dia 11 de março, até ser morto no dia 26.
A ordem para matar teria sido dada após Ricardo demonstrar desconfiança e procurar auxílio jurídico, acompanhado do próprio executor. Um áudio recuperado mostra parte dessa conversa com o advogado.
Os investigadores também localizaram mensagens em que os suspeitos articulavam a limpeza do carro da vítima e a ocultação de provas. Em uma gravação, a dona da clínica orienta que Ricardo fosse dopado no dia da visita da filha dela, fruto de outro relacionamento.
Mesmo após o crime, os envolvidos seguiram tentando despistar a polícia. Trocaram mensagens sobre a possibilidade de perícia no veículo e até sugeriram plantar provas falsas para confundir a investigação.
O Crime
O caso começou a ser investigado após o corpo de Ricardo ser localizado com marcas de violência. Ele era ex-paciente da clínica e estava hospitalizado em 11 de março, após um acidente em uma pousada. O dono da clínica, identificado como contato de emergência, foi chamado e passou a ter acesso aos pertences da vítima.
Segundo a polícia, ainda durante a internação de Ricardo, foram desviados mais de R$ 86 mil da conta bancária. Os saques e transferências continuaram mesmo após a morte da vítima. No total, mais de R$ 143 mil foram retirados indevidamente.
Na primeira fase da operação, a Justiça autorizou buscas em imóveis ligados ao casal. Bicicletas compradas com o dinheiro da vítima foram apreendidas. E o bloqueio de bens e contas dos investigados foi determinado.
Para a Polícia Civil, o crime teve motivação financeira e explorou a vulnerabilidade da vítima, que era dependente química. O caso segue em investigação.
Por Samuel Rocha | Catve.com
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