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Na tarde desta terça-feira (13), a promotora de Justiça da Comarca de Cascavel e coordenadora do Núcleo do Gaeco, Juliana Vanessa Stofela da Costa, contou ao Catve.com os detalhes sobre a 3ª fase da Operação Juros e Pólvora, deflagrada em Quedas do Iguaçu (PR). A ação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão no esquema com envolvimento de vereadores.
Segundo Juliana da Costa, um dos alvos é investigado por comércio ilegal de armas de fogo e munições na cidade. Nas fases anteriores, apurou-se que o suspeito praticava agiotagem, ou seja, emprestava dinheiro e cobrava juros abusivos.
Mediante o pagamento de propina, o investigado influenciava politicamente as decisões tomadas por autoridades na Prefeitura e na Câmara Municipal. O dinheiro ilícito destinado aos vereadores tinha como intenção definir os integrantes da mesa diretiva.
"Isso denota a influência política por parte desse investigado, desde o ano passado, tanto na Câmara de Vereadores quanto na Administração Municipal, em razão do envolvimento de um secretário também", disse a promotora.
A 3ª fase da investigação debruçou-se em apurar os crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos. A prática de desvio era investigada porque havia indícios de que os vereadores utilizavam contas de terceiros para recebimento e pagamentos ilícitos.
Os alvos incluíam cinco vereadores em exercício, um secretário municipal e dois ex-servidores públicos, suspeitos de envolvimento em um esquema de propina, incluindo empresários e movimentações financeiras ilegais.
Foram apreendidos celulares, computadores, documentos e outros materiais relevantes para a investigação. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. O material coletado será analisado pelos investigadores.
Presidente da Câmara nega apreensões na Casa de Leis
O presidente da Casa Legislativa, o vereador Rodolfo Revers (PSB), disse que a instituição não é investigada. Segundo ele, os mandados cumpridos na Câmara foram direcionados a parlamentares específicos e não envolveram a Presidência nem a estrutura administrativa da Casa.
"Não houve nenhuma apreensão na sede da Câmara, tampouco qualquer medida direcionada à Presidência ou à instituição como um todo. A operação teve foco em pessoas específicas, com mandados também em residências particulares", afirmou.
Revers disse que não houve apreensão de documentos ou materiais na sede do Legislativo e que a entrada dos agentes foi acompanhada com colaboração da equipe da Câmara. O prédio foi aberto ainda no início da manhã para o cumprimento das ordens judiciais.
O esquema de corrupção
Os agentes públicos, segundo as investigações, teriam recebido valores entre R$ 50 mil e R$ 100 mil logo após as eleições municipais de 2024. O dinheiro era utilizado para viabilizar uma chapa para a mesa diretora da Câmara Municipal.
Parte dos recursos foi movimentada por meio de contas bancárias de terceiros, incluindo pessoas com contratos ativos com o poder público. A Operação Juros e Pólvora teve início em meados de 2024, após uma denúncia apontar que um advogado de Quedas do Iguaçu estaria envolvido na venda ilegal de armas de fogo e munições.
Ele também é suspeito de praticar agiotagem, emprestando dinheiro e trocando cheques a juros abusivos. As investigações seguem em andamento.
Por Samuel Rocha | Catve.com
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