Imagem | Ministério Público do Paraná
Um homem de 63 anos foi preso em Curitiba, no dia 11 de abril, suspeito de cometer crimes de violação sexual mediante fraude. Ele se apresentava como "guru" e "líder espiritual" e, segundo o Ministério Público do Paraná (MPPR), usava essa posição para manipular mulheres e cometer abusos.
As investigações apontam que o suspeito afirmava ter um alto grau de espiritualidade, comparável ao de Jesus Cristo. Ele dizia ter "grau cinco" de elevação espiritual, enquanto Jesus teria "grau sete", de acordo com depoimentos das vítimas.
Segundo a promotora de Justiça Tarcila Santos Teixeira, o homem convencia as mulheres de que eram únicas e escolhidas para participar de um processo espiritual exclusivo. Os atos cometidos eram apresentados como parte de um ritual baseado em crenças de matriz hinduísta.
"Ele incutia nas vítimas a ideia de que elas estavam sendo escolhidas, isoladamente, para receber energia espiritual dele. Tudo era feito sob a justificativa de um processo de crescimento e elevação", explicou a promotora.
Vítimas procuraram ajuda jurídica
Cinco vítimas procuraram uma advogada para relatar o caso. Elas e pessoas próximas prestaram depoimentos detalhados, com oitivas que duraram, em média, duas horas. Os relatos indicam que o investigado se aproveitava da fé e da vulnerabilidade emocional das mulheres para obter vantagens sexuais.
"Todos os depoimentos indicam a prática de abuso sexual mediante fraude, também chamado de estelionato sexual. Nesse tipo de situação, o agressor se vale da confiança e da influência espiritual para manipular as vítimas", disse a promotora.
Tarcila Santos Teixeira também ressaltou que as vítimas não acreditavam estar mantendo relações sexuais com o suspeito. Elas pensavam estar participando de rituais espirituais.
"Não houve relação sexual consentida. Houve posse sexual mediante fraude. A diferença é que, na cabeça das vítimas, aquilo era um procedimento religioso" explicou.
Propriedade com estrutura para encontros
O suspeito mantinha uma propriedade em Quatro Barras, com estrutura voltada às atividades espirituais. O local contava com espaço para pernoite e abrigava encontros que duravam o final de semana inteiro.
Além da violação sexual mediante fraude, outros crimes podem ser identificados no decorrer das investigações. Há informações sobre possíveis vítimas adolescentes.
O MPPR orienta que mulheres que passaram por situações semelhantes entrem em contato com o órgão para receber orientações e atendimento.
Evelyn Antonio | Catve.com
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