Bolo envenenado: polícia conclui que Deise matou quatro pessoas

A Polícia Civil concluiu nesta sexta-feira (21) o caso do bolo envenenado em Torres, litoral do Rio Grande do Sul. Em coletiva concedida, a corporação apresentou os resultados colhidos durante o inquérito policial que buscou desvendar a autoria dos envenenamentos.

Segundo a investigação, Deise Moura dos Anjos foi a responsável por matar quatro pessoas da família do marido e tentar envenenar outros quatro familiares.

A principal hipótese dos investigadores sobre a motivação do crime foi "perturbação mental" da criminosa. A polícia também investigou se ela matou o sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro.

O delegado Marcos Vinicíus Veloso, responsável pelo caso, afirmou que os inquéritos policiais sobre os dois casos já estavam em fase de término quando Deise morreu.

Deise Moura dos Anjos foi encontrada morta na última semana na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Deise estava sozinha na cela, e as circunstâncias serão apuradas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). A principal hipótese é suicídio.

O caso

Em 23 de dezembro de 2024, seis pessoas de uma mesma família passaram mal após consumirem um bolo durante uma confraternização. O alimento foi preparado por Zeli dos Anjos, que utilizou uma farinha contaminada com arsênio. As irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva morreram ainda na madrugada de 24 de dezembro, seguidas por Tatiana Denize Silva dos Anjos, no dia 25. Outras três vítimas foram hospitalizadas, incluindo Zeli e uma criança de 10 anos, ambas posteriormente liberadas.

As investigações apontaram que a farinha contaminada poderia ter sido usada antes, em um encontro com amigas de Zeli, que acabou sendo cancelado. A polícia também passou a apurar a morte de Paulo Luiz dos Anjos, marido de Zeli, falecido em setembro de 2024 por infecção intestinal após consumir bananas e leite em pó levados pela nora. Exumação do corpo revelou a presença de arsênio.

Em 5 de janeiro de 2025, Deise Moura dos Anjos foi presa preventivamente sob acusação de três homicídios qualificados e três tentativas de homicídio. Inicialmente detida em Torres, ela foi transferida recentemente para a unidade prisional de Guaíba, onde foi encontrada morta.

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