Policial

Polícia já identificou nove vítimas após denúncias contra clínica de estética

Investigados estão proibidos de se aproximar e falar com as pacientes e testemunhas


Imagem de Capa

A Delegada Thais Zanatta do 1º Distrito Policial de Cascavel atualizou sobre as investigações sobre a clínica de estética de Cascavel. São apuradas práticas ilícitas relacionadas a atividades estéticas.

Zanatta explica que no dia 17 de janeiro foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa dos investigados e também na clínica investigada.

Após esta ação, mais cinco vítimas se apresentaram na delegacia e foram ouvidas. Ao todo nove já foram identificadas e oito inquéritos policiais instaurados.

Há também outras duas pessoas uma que está em processo de localização e a outra que aguarda resultados de exames para ir à delegacia e apresentar demais provas.

"As vítimas como um todo sofreram queimaduras devido ao uso de fenol, também sofreram deformações devido ao uso PMMA, necroses devido aos procedimentos estéticos mal sucedidos. algumas apresentaram efeitos colaterais como problemas renais e também problemas psicológicos e dano material".

A delegada explica que o casal é investigado por lesão corporal grave e gravíssima, exercício ilegal da medicina, estelionato, coação no curso do processo, impedir acesso a informação em dados cadastrais e falsificação de documento particular.

"Diversas vítimas relataram para a polícia que o indivíduo masculino que se trata do farmacêutico escrevia as receitas médicas e em determinados a mulher, que é a médica, carimbava e assinava. Também tem relatos que ele utilizava o carimbo dela que é medica e falsificava assinatura. Fato que está sendo apurado pela equipe de investigação"

Já com relação a coerção no curso do processo, uma das vítimas informou que o farmacêutico estava procurando ela para que assinassem os termos de consentimento, que não foram coletadas antes das aplicações.

Segundo informado, as condutas serão individualizadas em cada inquérito, para cada vítima ou a cada duas. Apenas um foi encerrado até o momento e o promotor de Justiça pode oferecer denuncia formal perante o Poder Judiciário.

Delegada Thais Zanatta comentou que os investigados estavam se esquivando da intimação sobre a suspensão dos registros profissionais.

"Então na última quinta-feira eles estiveram presentes na delegacia para serem interrogados, dos inquéritos instaurados, momento que o oficial de justiça se fez presente na delegacia e conseguiu intimar eles dessa decisão. Além dessa suspensão, eles estão proibidos de entrar contato e se aproximarem das vítimas e testemunhas".

É pedido a ajuda da população para que denuncie no 1º Distrito Policial de Cascavel ou no 181 qualquer atuação ou atendimento dos envolvidos para que as equipes policiais possam investigar.

"Caso haja o descumprimento, a prisão preventiva será decretada", explicou.

Segundo a delegada, o crime de estelionato está confirmado, já que eles disseram que iriam aplicar um produto e aplicaram outro, oque confira fraude. Já com relação a lavagem de capital, delitos financeiros e fiscais ainda estão em diligências para apuração.

Com relação as vítimas, a Thais Zanatta comenta que e alguns casos houve a aplicação pelo farmacêutico, outros pela médica.

Com relação ao fenol, as vítimas que aplicaram tiveram queimaduras, uma precisou de cirurgia para fazer enxerto de pele e gordura no braço.

A denúncia de Raquel Demichei Dornelles

O caso ganhou notoriedade nas redes sociais depois que Raquel Demichei Dornelles (foto) relatou complicações graves em um procedimento estético realizado na clínica. Ela contratou a aplicação de "Sculptra", um bioestimulador de colágeno, mas alegou que foi aplicado PMMA, substância sintética amplamente desaconselhada para fins estéticos devido ao risco de complicações severas.

Raquel afirmou ter sofrido deformidades permanentes no rosto e apresentou à Polícia Civil um laudo técnico que comprova o uso do PMMA, além de fotos, vídeos e contratos.

Irregularidades constatadas na clínica

Em setembro de 2024, inspeções realizadas pelos Conselhos Regionais de Farmácia e Medicina, em parceria com o Ministério Público, apontaram diversas irregularidades na clínica. A equipe de fiscalização constatou que o farmacêutico utilizava PMMA em procedimentos estéticos, o que é proibido, além de outras infrações.

Em nota, o CRF-PR afirmou que participou da inspeção conjunta com o Conselho Regional de Medicina (CRM)e foram identificadas irregularidades que estão sendo analisadas no âmbito do processo ético-profissional.

A Polícia Civil segue apurando o caso e recomenda que possíveis outras vítimas procurem a delegacia para formalizar denúncias.

Redação Catve.com

PUBLICIDADE

** Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a equipe Portal CATVE.com pelo WhatsApp (45) 99982-0352 ou entre em contato pelo (45) 3301-2642


NOTÍCIAS RELACIONADAS

Mais lidas de Policial
Últimas notícias de Policial