Imagem | Ilustrativa CATVE
A Polícia Civil do Paraná concluiu dois inquéritos policiais que resultaram no indiciamento de um homem de 33 anos pela prática de estelionato majorado, previsto no artigo 171, §4°, do Código Penal. A majorante prevê aumento de pena de um terço até o dobro quando o crime é praticado contra idosos ou pessoas vulneráveis.
As investigações tiveram início em agosto de 2024, após a primeira vítima, um jovem de 22 anos com TEA (Transtorno do Espectro Autista), registrar boletim de ocorrência. O rapaz trabalhava no mesmo setor que o indiciado na Prefeitura Municipal de Ponta Grossa e o golpe foi descoberto quando a mãe do jovem recebeu um cartão bancário em nome do filho, de uma instituição onde ele não possuía conta.
Segundo as investigações, o indiciado, utilizando veículo oficial da prefeitura durante o horário de trabalho, conduziu a vítima até o banco sob o pretexto de ajudá-la a desbloquear um cartão. Na ocasião, ele abriu uma conta em nome do jovem, realizou um saque de R$ 1.664,99 e contratou um empréstimo consignado de R$ 30.075,66. Para evitar que a vítima fosse alertada sobre as movimentações, o suspeito cadastrou seu próprio número de celular na conta, recebendo todas as notificações. As investigações revelaram diversas movimentações bancárias e transferências via PIX do valor do empréstimo para a conta do indiciado.
O segundo caso foi registrado em setembro de 2024, quando um homem de 42 anos, também pessoa com deficiência foi vítima de um golpe de R$ 60 mil aplicado pelo mesmo suspeito. O criminoso enviou diversas mensagens e áudios via WhatsApp solicitando documentos pessoais e comprovante de residência da vítima, alegando que seriam utilizados em seu "TCC" sobre acessibilidade na prefeitura municipal. Para ganhar a confiança da vítima, chegou a visitá-la em sua casa, onde tirou "selfies" que também foram utilizadas para prática do crime. Com a documentação obtida, abriu contas bancárias e realizou empréstimos em nome da vítima, transferindo os valores para sua própria conta.
O prejuízo total identificado nas duas ocorrências aproxima-se de R$ 100 mil. A Polícia Civil solicitou o bloqueio dos valores nas contas bancárias do investigado, e os inquéritos foram encaminhados à Justiça, onde as penas máximas dos crimes somadas podem ultrapassar doze anos de reclusão.
A Polícia Civil do Paraná alerta a população sobre o aumento de golpes direcionados a grupos vulneráveis, principalmente em face de pessoas com deficiência, idosos e pessoas com transtornos mentais. É fundamental que familiares e responsáveis estejam atentos a movimentações bancárias suspeitas e jamais forneçam documentos pessoais ou autorizem terceiros a realizar operações financeiras em seu nome. Em caso de suspeita de golpe ou fraude, a orientação é registrar imediatamente um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima ou através da Delegacia Virtual, permitindo que as autoridades investiguem o caso e previnam novas ocorrências.
Assessoria
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