Policial

Operação mira grupo de extermínio acusado de matar 21 pessoas no Paraná

Comando para mortes vinha de dentro do presídio em São José dos Pinhais


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O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Ponta Grossa do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio das polícias Civil, Militar e Penal, deflagrou nesta quarta-feira (11) a terceira fase da Operação Pax, que investiga a atuação de organização criminosa relacionada ao tráfico de drogas e armas, homicídios, corrupção e lavagem de dinheiro. Foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 53 mandados de busca e apreensão em 46 residências em cinco estados da federação.

Ordens para assassinatos do chefe do grupo de extermínio saiam de dentro da penitenciária. Ele solicitava que vídeos com as execuções fossem registrados.

As ordens judiciais, expedidas pela 1ª Vara Criminal de Ponta Grossa, foram cumpridas no Paraná nos municípios de Curitiba, Carambeí, Colombo, Imbituva, Ivaí, Piraquara, Ponta Grossa e São José dos Pinhais. No Mato Grosso do Sul, os mandados foram executados em Campo Grande e Cassilândia; em Santa Catarina, nas cidades de Florianópolis, Herval D´Oeste e Palhoça; em São Paulo, nos municípios de Araçatuba, Birigüi e Sud Mennucci; e em Rondônia, em Parecis.

As investigações, conduzidas pelo Gaeco de Ponta Grossa, tiveram início há três anos e identificaram inicialmente uma organização responsável por tráfico de drogas e armas que, para dominar o mercado ilícito, eliminaram vários componentes de grupos rivais, tanto em Ponta Grossa como em outras regiões do estado. Essa situação gerou um contexto de "guerra de facções", responsável pelo aumento do número de homicídios na região nos anos anteriores.

Fases anteriores - A primeira fase da operação foi deflagrada em 2022 e teve como objetivo desarticular a organização criminosa, tendo resultado, na ocasião, na redução do número de assassinatos na cidade. A partir dessa primeira etapa, houve a propositura, pelo Gaeco de Ponta Grossa, de duas ações penais contra 16 pessoas pelos crimes de organização criminosa, porte e posse irregular de armas de fogo de uso permitido e restrito, disparos de arma de fogo e uso de documentos falsos. O líder da organização criminosa foi preso no Rio de Janeiro em dezembro de 2022 e atualmente encontra-se em presídio federal de segurança máxima. Uma das ações já foi julgada em primeiro grau e resultou na condenação de oito pessoas pelos crimes de posse, porte e disparo de arma de fogo.

Na segunda fase, as investigações centraram-se no crime de lavagem de dinheiro, com a utilização de "laranjas" para a movimentação de dezenas de milhões de reais provenientes de atividades ilícitas, o que resultou na prisão de outros cinco integrantes do grupo criminoso e no oferecimento de nova denúncia contra 11 pessoas pelos crimes de integração em organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Na atual fase da operação, o objetivo é desarticular o grupo que continua a praticar homicídios, tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro a partir de lideranças que já se encontram detidas em presídios do Paraná. Também foram obtidas provas de corrupção de um monitor de ressocialização, servidor terceirizado do sistema penitenciário, que receberia propina para conceder benefícios e facilidades aos investigados presos. Esse servidor terceirizado teve a sua prisão preventiva decretada nesta fase das investigações e já foi afastado das funções pelo próprio Departamento de Polícia Penal do Estado.

Outras operações - Em conjunto com a Operação Pax, contando com o apoio do Gaeco, a 13ª Subdivisão da Polícia Civil do Paraná realiza o cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão e 26 mandados de prisão preventiva nas operações "Day Break" e "Concórdia", que também têm como foco a mesma organização criminosa e visam desarticular suas células responsáveis por homicídios e pelo tráfico de drogas nos municípios de Ponta Grossa e Ivaí. Ambas as operações resultam da colaboração e esforço comum das Polícias Civil e Militar e do Ministério Público e têm o objetivo de reduzir os índices de homicídios ocorridos na região e ligados ao tráfico de drogas e à disputa de facções criminosas.

Para a realização das operações em conjunto foram mobilizados mais de 250 policiais civis, militares e penais no Paraná e nos demais estados da federação.

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