Policial

Nova fase da Operação Follow the Money, leva PF a cumprir mandados em Umuarama

Investigação apura prática dos crimes de organização criminosa e cárcere privado


Imagem de Capa

Foto: PF

Agentes da Polícia Federal desenvolveram nesta quarta-feira (28) a segunda fase da Operação Follow the Money. A ação foi desencadeada depois da identificação de uma quadrilha envolvida em crimes de lavagem de capitais e envolvimento direto com o tráfico de drogas.

De acordo a Polícia Federal, a organização criminosa investigada utilizava diversas estratégias para dissimular a origem do dinheiro, como negócios simulados com imóveis, veículos, transportes e na área de óleos e lubrificantes.

Ainda eram investigados os crimes de invasão/roubo de forma simulada com o intuito de esconder a identidade do chefe da organização, que continua preso.

Em Umuarama, nesta manhã, os agentes deram cumprimento a uma ordem judicial de busca e apreensão em razão da investigação da prática dos crimes de organização criminosa e cárcere privado.

"Follow the Money" significa "siga o dinheiro", e a investigação de fato concentrou-se em complexas análises financeiras e patrimoniais dos investigados que abrangeram quase 500 contas bancárias que movimentaram mais de dois bilhões entre créditos e débitos nos últimos anos. A investigação é efetuada de forma conjunta com a Receita Federal do Brasil.

Primeira fase

Em junho deste ano, foi desencadeada a primeira etapa da mesma operação, que foi resultado de uma força-tarefa que envolveu Receita e Polícia Federal em Curitiba. A investigação buscou seguir o fluxo do dinheiro ilícito e identificar o patrimônio e os rendimentos oriundos da atividade criminosa da organização liderada por empresário da região de Curitiba, ligado ao ramo de transportes, construção e de aluguel de máquinas pesadas.

O líder da organização já havia sido preso por tráfico internacional de drogas e se utilizava de documentos falsos para não chamar a atenção. Durante a investigação, foram identificadas ao menos mais duas remessas de cocaína vinculadas ao grupo criminoso, sendo uma delas uma apreensão de 700kg que estavam escondidos em uma lixeira de metal que seria transportada para o nordeste do Brasil, provavelmente para embarque com destino ao exterior. A outra se refere a uma apreensão de aproximadamente 800kg de cocaína em um navio rebocador no Estado de Santa Catarina.

Para ‘lavar’ o dinheiro, o chefe do grupo se utilizava de dezenas de pessoas e de empresa laranjas. E, com o intuito de ocultar ou dissimular a verdadeira propriedade dos bens, adquiria veículos de luxo em nome pessoas físicas sem capacidade econômico-financeira (laranjas).

Os imóveis para seu uso próprio eram adquiridos em nome de uma imobiliária e de uma empresa de participações, as quais foram responsáveis pela aquisição de ao menos 3 imóveis de luxo em Curitiba que eram utilizados para moradia.

Com o auxílio de um contador ligado aos criminosos, visando dar aparência de legalidade aos recursos, as empresas em nome do chefe dessa organização apresentavam declarações de faturamento à Receita Federal, mesmo sem prestar nenhum tipo de serviço ou sem qualquer registro de venda de mercadorias.

Em uma de suas empresas, foram gastos mais de R$ 8 milhões na aquisição de máquinas pesadas para locação e prestação de serviços, mas ao que tudo indica nenhum serviço era prestado. O sofisticado esquema de lavagem envolvia compensações de boletos (cobrança bancária) que eram pagos por empresas também ligadas à organização e suspeitas de serem exclusivamente utilizadas para movimentação de recursos ilícitos.

Em outra empresa ligada ao ramo de "atividades esportivas", que estava em nome de sua companheira, eram declarados valores provavelmente falsos relativos a prestações de serviços apenas para justificar e dar aparência de licitude a gastos e despesas pessoais do casal que de fato eram suportados com recursos oriundos das atividades criminosas.

Apenas nos últimos dois anos e em relação a esse núcleo principal, foi apurada a disponibilidade de aproximadamente R$ 18 milhões para gastos pessoais e para aquisições de imóveis e veículos sem origem lícita conhecida.

Será apurada ainda a origem lícita ou não dos recursos utilizados para a compra de dezenas de caminhões em nome de empresas ligadas ao grupo criminoso.

Foram realizadas buscas também em um escritório de contabilidade em um bairro nobre de Curitiba, cujo proprietário é suspeito de criar empresas em nome de laranjas e de auxiliar a organização na lavagem de dinheiro.

Nesta primeira fase, a operação contou com a participação de aproximadamente 130 Policiais Federais e 20 Auditores-fiscais e Analistas-tributários da Receita Federal que cumpriram, ao todo, 33 mandados de Busca e Apreensão e 02 de Prisão Temporária. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Curitiba, Piraquara, Tijucas do Sul, Pontal do Sul, Santo Antônio do Sudoeste, Londrina e Loanda, no Paraná, além de Camboriu, Balneário Camboriu e Barra Velha, em Santa Catarina e ainda em Barroquinha no Ceará.

As ordens judiciais expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba previam o sequestro de dezenas de imóveis, contas bancárias e de veículos com suspeita de ligação com a organização criminosa.

Durante a operação em imóveis de luxo, foram encontrados diversos veículos importados, maquinário agrícola, jet-skis e outros artigos de alto valor agregado. Em algumas bolsas encontradas dentro de carros importados foram encontrados mais de R$ 100 mil em espécie.

Catve.com/ Umuarama News

** Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a equipe Portal CATVE.com pelo WhatsApp (45) 99982-0352 ou entre em contato pelo (45) 3301-2642

Mais lidas de Policial
Últimas notícias de Policial