O portal Catve.com teve acesso à detalhes do julgamento da mulher que matou o advogado Alceu Preisner Junior, em janeiro de 2022. A ré Alessandra Paulo Melo Mareze foi condenada a 16 anos de prisão pelos crimes de homicídio simples, ocultação de cadáver e corrupção de menores.
Ela estava foragida e sem o monitoramento por tornozeleira eletrônica e foi presa na última quinta-feira (12), após um mandado de prisão ser expedido no último dia 10 de julho. O Tribunal do Júri que decretou a condenação de Alessandra aconteceu no dia 16 de maio de 2024.
A sentença proferida pelo juiz Marcelo Carneval detalha a conduta da mulher condenada pelo crime. De acordo com o documento, o crime aconteceu durante a madrugada na residência da Alessandra, em um ambiente de uso de drogas. O advogado foi convidado pela mulher para ir até a casa e no local recebeu uma facada no abdômen. As circunstâncias do crime foram consideradas "muito gravosas" pelo juiz.
Pelo crime de homicídio simples, Alessandra teve uma redução de pena por ter confessado: a sentença saiu de 15 anos para 12 anos e 6 meses.
No entanto, os outros crimes cometidos aumentaram a pena. O processo da ocultação de cadáver foi determinante no julgamento. No despacho, o juiz detalhou a ação de Alessandra após desferir a facada contra Alceu.
"Ora, após a prática do crime doloso contra a vida, a ré planejou de forma pormenorizada a ocultação/destruição do cadáver, de modo que carregou o corpo da vítima até local ermo, local em que queimou o carro e o cadáver. Portanto, a premeditação e o modus operandi revela o plus no dolo".
O fato do corpo ter sido queimado impossibilitou que a causa da morte fosse devidamente identificada pelos exames de necropsia. No documento, o juiz cita que se Alceu estivesse vivo no momento da ocultação, seria aplicada uma qualificadora no homicídio.
"(..) em razão da destruição do cadáver não se apurou a real causa mortis do homicídio, se a vítima ainda estava viva ou não, no momento em que ateado fogo no carro, o que desaguaria na procedência de qualificadora".
Por fim, o fato de Alessandra ter contado com a ajuda da filha adolescente para ocultar o cadáver incluiu o crime de corrupção de menores na sentença. Com isso, ela foi condenada a 16 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, e ao pagamento de dez dias-multa.
O advogado Luciano Katarinhuk, que representou a família de Alceu neste caso, se manifestou após o cumprimento do mandado de prisão. "Isso traz um pouco de alívio à família, porque depois de dois anos e seis meses eles veem a assassina presa. Não traz a vida de Alceu de volta, mas traz uma sensação de Justiça", comentou.
Redação Catve.com
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