Credito: Giovana Padovani
O que seria a primeira experiência de Giovanna Padovani, de 22 anos, como juíza em um campeonato regional de crossfit, se tornou um caso de denúncia de homofobia. Durante o torneio, no Litoral de São Paulo, xingaram a jovem com ofensas como ‘jumenta’ e ‘sapatão dos infernos’, registradas em vídeo feito na transmissão do evento.
Giovanna é formada em educação física e tem o crossfit como parte essencial da rotina desde 2019. Tendo, inclusive, conhecido sua noiva na modalidade. Ela trabalha como professora em uma academia de São Vicente e foi selecionada para atuar na arbitragem do Mugo Games 2022, uma das principais competições da região, no último domingo (16) em Praia Grande.
A jovem conta que as ofensas aconteceram enquanto ela arbitrava uma prova de trio de "RX’ masculino - um dos níveis mais elevados entre as categorias do crossfit. Ao ter desvalidado algumas repetições dos atletas, com ‘no reps’, a torcida que acompanhava a prova se irritou e manifestou esse sentimento de forma preconceituosa.
"Me chamaram de sapatão, jumenta, sapatão dos infernos e começaram a chamar o head judge [profissional que chefia os árbitros], dizendo que ‘ele ainda é capaz de ficar do lado dessa sapatão’", relata Giovanna.
A profissional diz que nunca havia sofrido uma agressão tão explícita dessa forma. "No momento eu reparei nos xingamentos. Mas como é uma competição muito rápida, mantive meu papel profissional para não perder o foco do que estava fazendo", conta.
Quando o campeonato acabou, Giovanna não comunicou os responsáveis imediatamente. Sua ficha só caiu quando viu, no dia seguinte, a gravação do momento publicada nas redes sociais do torneio. Com provas em mãos, a jovem decidiu se pronunciar e tomar as providências cabíveis.
Após entrar em contato direto com uma advogada, com a Mugo Games e com a Digital Score, equipe de arbitragem que integrou, o vídeo foi retirado do ar.
Giovanna publicou um vídeo de esclarecimento do ocorrido em suas redes sociais, a segunda-feira (17). Depois, com mais provas coletadas, registrou um boletim de ocorrência no 1º DP de São Vicente, cidade em que mora, na quarta-feira (19). As empresas envolvidas no caso seguem apoiando a jovem na busca pela identificação dos agressores.
Terra
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