Ataques pessoais contra uma promotora de Justiça levaram a Associação Paranaense do Ministério Público (APMP) a se manifestar publicamente em defesa de Simone Lúcia Lorens e a classificar as condutas como violência de gênero.
Segundo a associação, as manifestações direcionadas à promotora são marcadas por desqualificações pessoais, tentativas de intimidação e conteúdo considerado misógino, o que, de acordo com a APMP, caracteriza violência de gênero. A entidade afirma que esse tipo de prática é inaceitável e será combatida em todas as esferas.
Para a associação, os ataques não atingem apenas a promotora enquanto mulher e agente pública, mas também representam uma afronta direta ao compromisso constitucional do Ministério Público com a promoção da igualdade, da dignidade da pessoa humana e do respeito às mulheres em todos os espaços de atuação.
Além do aspecto discriminatório, a APMP destaca que as manifestações também atentam contra a independência funcional dos membros do Ministério Público, um dos pilares da instituição. Conforme a nota, atacar uma promotora no exercício legítimo de suas funções é também atingir as instituições que atuam na defesa da sociedade, comprometendo a credibilidade das ações estatais voltadas à proteção de direitos coletivos e fundamentais.
A associação ressaltou ainda o histórico profissional da promotora Simone Lúcia Lorens, descrita como uma profissional de atuação reconhecida, pautada pela ética, firmeza e compromisso com a sociedade. Como Diretora de Defesa de Prerrogativas da APMP, ela exerce papel essencial na proteção institucional dos membros do Ministério Público, garantindo condições para que promotores e procuradores possam atuar com autonomia, responsabilidade e segurança, especialmente em frentes sensíveis como o combate ao crime, a defesa de pessoas em situação de vulnerabilidade, a proteção de crianças e adolescentes e a tutela de direitos fundamentais.
Diante da gravidade dos fatos, a APMP informou que irá adotar todas as medidas institucionais e jurídicas cabíveis para resguardar a promotora, assegurar o pleno exercício de suas funções e impedir a continuidade de práticas que ultrapassam os limites da crítica legítima, configurando, segundo a entidade, ofensa pessoal, assédio direcionado e tentativa de deslegitimação institucional.
No encerramento da nota, a associação foi categórica ao afirmar que não tolera violência de gênero, ataques misóginos ou intimidações contra qualquer de seus associados ou associadas. A defesa do respeito às mulheres, às instituições e ao Estado Democrático de Direito, segundo a entidade, vai além de um dever legal e representa um compromisso ético, civilizatório e inegociável.
Gabi Lira | Catve.com
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